Um jovem de 23 anos morreu após ter sido picado por uma aranha-violinista em Bari, na Itália, no dia 13 de julho. As informações foram confirmadas no último sábado (17) pela ANSA, agência de notícias italianas.
Ainda de acordo com a agência, Giuseppe Russo foi picado na perna direita enquanto trabalhava no campo mas, inicialmente, acreditava que tinha sido picado por mosquitos. Com o passar do tempo, o local começou a crescer de tamanho e causar outros sintomas, como dor intensa, abscessos e, por fim, necrose na perna. Por fim, a ANSA confirmou que ele morreu de choque séptico e falência múltipla de órgãos.
Mas afinal, existe aranha violinista no Brasil?
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De acordo com o Ministério da Saúde, as aranha do gênero Loxosceles, que inclui a aranha-violinista, também conhecidas como aranha-marrom, são representantes de importância em saúde pública, juntamente com os gêneros Phoneutria e Latrodectus.
De acordo com a pasta, entre 2017 e 2021, a Região Sul foi a responsável pelo maior número de notificações de acidentes por aranhas (53,54% do total), sendo o Estado do Paraná aquele que mais registrou acidentes (26,73%). No estado, a aranha-violinista é a mais comum e a que mais causa acidentes.
A aranha-violinista
As aranhas-violonistas costumam ter, em média, um centímetro de corpo e até três de comprimento total e, segundo o Ministério da Saúde, não são agressivas e só picam quando comprimidas contra o corpo.
Esse gênero costuma ter hábitos noturnos e construir teias irregulares, em forma de "algodão esfiapado". Normalmente se escondem em telhas, tijolos, madeiras, atrás ou embaixo de móveis, doapés, caixas ou objetos em depósitos, porões e outros ambientes com pouca iluminação e movimentação.
Apesar de ter uma picada que pode ser indolor em alguns casos, o veneno da aranha-violinista é capaz de necrosar partes do corpo e causar lesões graves na pele, que podeme voluir para úlceras. Ainda, em casos raros, pode levar a complicações e até à morte, como foi o caso do italiano Giuseppe Russo.
Em casos mais graves, após a picada a pessoa pode sentir febre, calafrios, mal‐estar geral, fraqueza, náusea e vômitos. Entretanto, de acordo com o Ministério da Saúde, a principal complicação é a injúria renal aguda por necrose tubular.
Prevenção
O Ministério da Saúde recomenda uma série de cuidados para evitar que acidentes com a aranha-violinista aconteçam. Entre as principais está a higiene com os quintais e jardins, evitando o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico, material de construção nas proximidades das casas.
Ainda, outras indicações são:
- Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, pois as aranhas e escorpiões podem se esconder neles e picar ao serem comprimidos contra o corpo
- Não pôr as mãos em buracos, sob pedras e troncos podres
- Usar calçados e luvas de raspas de couro pode evitar acidentes
- Vedar soleiras das portas e janelas ao escurecer, pois muitos desses animais têm hábitos noturnos
- Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e paredes, consertar rodapés despregados, colocar saquinhos de areia nas portas e telas nas janelas
- Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques
- Combater a proliferação de insetos para evitar o aparecimento das aranhas que deles se alimentam
- Afastar as camas e berços das paredes. Evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão
- Inspecionar sapatos e tênis antes de calçá-los
- Preservar os inimigos naturais de escorpiões e aranhas: aves de hábitos noturnos (coruja, joão-bobo), lagartos, sapos, galinhas, gansos, macacos, coatis, entre outros (na zona rural)
Em caso de acidentes, o recomendado pela pasta é lavar a área com água e sabão, aplicar gelo para reduzir o inchaço e procurar atendimento médico imediato.
*Sob supervisão de Fernanda Circhia