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Entre 16 e 19 anos

Jovens são os mais afetados por desemprego nos EUA

BBC Brasil
07 out 2011 às 21:01

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Os dados mais recentes sobre o desemprego nos Estados Unidos, divulgados nesta sexta-feira (7) pelo Departamento do Trabalho, revelam um cenário com quase nenhum avanço nos últimos meses, no qual os jovens são os mais afetados.

Se entre a população geral, a taxa de desemprego é de 9,1% (patamar inalterado desde julho), entre os adolescentes (16 a 19 anos) o índice sobe para 24,6%.

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Essa taxa é cerca de três vezes maior que a registrada entre homens (8,8%) ou mulheres (8,1%) com idade acima de 20 anos.

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Diante desse cenário de poucas perspectivas, foram os jovens que deram início ao movimento batizado de Ocupe Wall Street, que há três semanas vem protestando contra o desemprego e o auxílio do governo às grandes corporações.

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O protesto, nascido em Nova York, onde um punhado de jovens resolveu montar acampamento perto de Wall Street para protestar, continua crescendo e hoje engloba americanos de todas as idades.


O movimento vem ganhando a adesão de sindicatos de trabalhadores, associações de estudantes, ativistas e da população em geral, e já se espalha por dezenas de cidades dos Estados Unidos e até pelo exterior.

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Simpatia


Nos últimos dias, diversas autoridades fizeram declarações simpáticas ao movimento. Na quinta-feira foi a vez de o presidente Barack Obama dizer que os protestos expressam a "frustração" sentida pelos americanos.

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No último mês, Obama tem viajado pelo país para promover um plano de geração de empregos no valor de US$ 447 bilhões (cerca de R$ 808 bilhões).


A proposta, porém, encontra resistência no Congresso, onde a oposição republicana controla a Câmara dos Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados).

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O desemprego é considerado uma das principais preocupações dos americanos e tem sido tema constante da campanha para as eleições presidencias do ano que vem, nas quais Obama vai buscar um segundo mandato.


Segundo o Departamento do Trabalho, 14 milhões de americanos estão desempregados. Desses, 6,2 milhões estão há mais de seis meses procurando emprego.

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Enquanto a taxa é de 8% entre americanos brancos, sobe para 11,3% entre a população hispânica e para 16% entre os negros.


Como a pesquisa leva em conta apenas os trabalhadores que estão em busca de emprego (e não inclui aqueles que desistiram de encontrar uma vaga), os números podem ser bem mais altos.

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Quando são incluídos nas estatísticas pessoas que são forçadas a trabalhar apenas meio período por não conseguirem encontrar empregos com turno completo e aqueles que desistiram de procurar emprego, a taxa total de desemprego cresce para 16,5% em setembro (era de 16,2% em agosto).


Novas vagas


O relatório de setembro revela que foram gerados 103 mil empregos nos Estados Unidos, acima dos cerca de 50 mil esperados por analistas.


O Departamento do Trabalho também revisou os dados relativos a agosto - que antes eram de zero - para 57 mil novas vagas criadas.


Apesar do aumento, economistas ainda consideram o mercado de trabalho fraco e não descartam a possibilidade de uma nova recessão no país.


"O relatório de empregos de setembro veio melhor do que o esperado, mas não pode ser descrito como forte", diz o analista Nigel Gault, economista-chefe da consultoria IHS Global Insight.


Segundo Gault, é "ilusório" pensar que o aumento na geração de vagas em setembro - assim como os números revisados para cima de agosto e julho - signifiquem um fortalecimento do mercado de trabalho.


O analista alerta para uma distorção nos números de setembro, que incluem 45 mil funcionários da Verizon que estavam em greve em agosto e retornaram ao trabalho no mês passado.


Se esses trabalhadores forem deixados de fora da conta, o total de vagas gerados em setembro cai para apenas 58 mil.


"É animador que, apesar dos choques sofridos em agosto e setembro por conta da crise sobre o aumento do teto da dívida pública americana e da crise de dívida na zona do euro, a criação de empregos ainda se mantenha em um território positivo e nós não estejamos em recessão", afirma Gault.

"Mas as tendências recentes continuam perigosamente próximas a uma estagnação da economia. Falta muito para estarmos fora de perigo."


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