A Aeronáutica já constatou que o jato Legacy 600, da Embraer, que se chocou com o Boeing 737-800 da Gol na última sexta-feira (29) provocando a morte de 155 pessoas, voava em uma altitude errada. A aeronave caiu "de bico"na floresta amazônica, no município de Peixoto de Azevedo, na divisa entre os Estados do Pará e Mato Grosso. A apuração ganhará novos elementos nesta terça-feira (03), quando as informações da caixa-preta do Legacy deverão ser divulgadas. As duas caixas-pretas do Boeing foram encontradas ontem e já estão em Brasília para perícia. Uma, em bom estado, contém os registros de voz da cabine do avião, onde ficam o comandante e o co-piloto, que se comunicam com a tripulação. Estão gravados nela os momentos finais, de dez ou 15 minutos, antes do choque entre os dois aparelhos até a queda do Boeing. A outra contém os dados do vôo, como velocidade e altitude.
Segundo o Terra, agora, as autoridades tentam descobrir porque o piloto do Legacy, Joseph Lepore, não alterou a altitude de 37 mil pés para 36 mil quando passou por Brasília, rumo a Manaus, onde faria uma escala antes de seguir para os Estados Unidos - país-sede da aérea ExcelAire, compradora do jato da Embraer. Ao passar pela capital federal, proveniente de São José dos Campos (SP), o avião deveria descer mil pés para não entrar em rota de colisão com aeronaves provenientes de Manaus, autorizadas a voar 37 mil pés. Era o caso do Boeing.
Para dar prosseguimento às investigações, a Justiça determinou a apreensão do passaporte de Lepore e do co-piloto americano, Jan Paladino.
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A Aeronáutica quer averiguar porque os controladores de vôo perderam contato com o jato pelo rádio, enquanto tentavam alertar o piloto para alterar sua rota e evitar a colisão. Em depoimento ontem, Lepore confirmou que viajava a 37 mil pés no momento da batida, relatou problemas com o rádio.
A Aeronáutica diz que não autorizou qualquer das aeronaves a mudar sua rota e disse que ainda não é possível precisar em que altitude houve o acidente. A possibilidade de o Boeing ter alterado a rota, portanto, não está descartada, bem como há chances de ter ocorrido falha no controle de tráfego.