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Contra o protecionismo

Líderes mundiais defendem globalização em fórum sobre infraestrutura na China

Ana Cristina Campos/Agência Brasil
14 mai 2017 às 15:57

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Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, defenderam a globalização e a liberalização do comércio no mundo em contraposição à retórica protecionista que ganha força em algumas nações. Eles discursaram durante a abertura do Fórum do Cinturão e da Rota para a Cooperação Internacional (Belt and Road Forum for International Cooperation, em inglês) que começou hoje (14), em Pequim.

O evento conta com a presença de quase 30 líderes mundiais e faz parte da iniciativa Um Cinturão, Uma Rota (One Belt, One Road) lançada em 2013 pelo presidente chinês Xi Jinping e que visa promover uma agenda comum e acordos de cooperação para desenvolver projetos de infraestrutura, comércio e cooperação econômica ao longo dos mais de 60 países que compõem o que Pequim pretende estabelecer como uma nova Rota da Seda, revivendo as rotas milenares que conectavam comercialmente o Ocidente e o Oriente, notadamente em países da Ásia, Europa e África.

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"Abertura ameaçada"

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Putin ressaltou que o mundo tem enfrentado sérios desafios com o avanço do protecionismo. Para ele, não é possível resolver os problemas globais com uma lógica ultrapassada. "A abertura para o mundo está sendo ameaçada. A crise global traz desafios para a segurança internacional, como o terrorismo e os conflitos regionais, que persistem. Temos que encontrar novas formas de aproximação [multilateral] com respeito à soberania [nacional]", falou.

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Para o presidente russo, os países precisam dar passos concretos no sentido de diminuir o déficit em infraestrutura e a burocracia para que bens e serviços possam fluir mais rapidamente pela Eurásia. "[Essa] é uma iniciativa promissora", completou, se referindo às propostas do fórum.


O presidente da Turquia, Recep Erdogan, destacou em seu discurso que o centro de gravidade do mundo em termos econômicos está se movendo para o Oriente, com o crescimento acelerado da Ásia. "Queremos trabalhar próximos da China e de outros países ao longo da nova Rota da Seda", disse ele, que ressaltou o posicionamento estratégico de sua nação situada entre a Ásia e a Europa.

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O líder turco lembrou que o planeta vive uma era de rápida globalização e que o sucesso da proposta Um Cinturão, Uma Rota vai depender da redução de barreiras alfandegárias e da implantação do livre comércio. "É fundamental que a iniciativa seja benéfica para todos e esteja baseada na estabilidade".


Desenvolvimento Sustentável

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Também presente no fórum, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, ressaltou a necessidade da iniciativa chinesa estar conectada à Agenda 2030 das Nações Unidas, que estabelece 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e 169 metas globais, assumidas por diversos países.


"A posição da China para o clima é crucial. O país também é fundamental para o multilateralismo e para a Agenda 2030. Construir a iniciativa Um Cinturão, Uma Rota é um primeiro passo para um mundo de prosperidade e para que ninguém seja deixado para trás", disse Guterres.

*A repórter viajou a convite do Centro de Imprensa China-América Latina e Caribe


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