Uma reunião convocada pelos Estados Unidos será o primeiro evento multilateral de discussão sobre mudanças climáticas em 2008. Depois de ficar isolado com a adesão da Austrália ao Protocolo de Quioto, além de ser o único país desenvolvido a não reconhecer o documento como regime global para frear as mudanças climáticas, os Estados Unidos vão reunir as 17 maiores economias mundiais – entre elas o Brasil – em um evento marcado para este mês no Havaí.
A reunião no Havaí foi anunciada em dezembro, durante a 13° Conferência das Partes sobre o Clima (COP-13), em Bali, na Indonésia, ocasião em que os Estados Unidos – depois de pressionados por países desenvolvidos e em desenvolvimento – aceitaram o consenso para elaboração do documento que guiará as negociações internacionais sobre mudanças climáticas até 2009 e que deverá resultar no substituto do Protocolo de Quioto.
A iniciativa é avaliada com cautela por algumas nações. A União Européia chegou a cogitar um boicote ao encontro de Bush no Havaí caso os Estados Unidos não colaborassem para um acordo na reunião de Bali. Países em desenvolvimento também defenderam que o maior poluidor do mundo adote medidas claras para redução de gases de efeito estufa – principais causadores do aquecimento global.
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Em contrapartida, o Conselho de Qualidade Ambiental, ligado à Casa Branca, avaliou que as negociações sobre o tema precisam deixar mais clara a importância de maiores compromissos por parte das grandes economias em desenvolvimento, como China, Índia e Brasil.
O governo brasileiro defende o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. O posicionamento foi lembrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta semana, em seu programa de rádio, Café com o Presidente. "Os países ricos, que são os que mais poluem o planeta, precisam assumir a responsabilidade de pagar pela preservação que os países mais pobres estão fazendo", avaliou.
O Brasil deverá enviar representante à reunião convocada pelos Estados Unidos no Havaí.