Línguas nativas de tribos indígenas brasileiras estão entre as mais ameaças de extinção, segundo uma classificação feita pela National Geographic Society e o Instituto Living Tongues. Elas estão sendo substituídas pelo espanhol, o português e idiomas indígenas mais fortes na fronteira do Brasil com a Bolívia e o Paraguai, os Andes e a região do chaco, revelaram os pesquisadores.
Menos de 20 pessoas falam ofayé, e menos de 50 conseguem se expressar em guató, ambas faladas no Mato Grosso do Sul, próximo ao Paraguai e à Bolívia, para citar um exemplo. A área é considerada de "alto risco" para línguas em risco de extinção, alertaram os pesquisadores.
Em outra área de risco ainda maior – grau "severo" – apenas 80 pessoas conhecem o wayoró, língua indígena falada nas proximidades do rio Guaporé, em Rondônia. Os cientistas descreveram esta parte do globo como "uma das mais críticas" para as línguas nativas: extremamente diversa, pouco documentada e oferecendo ameaças imediatas aos idiomas indígenas.
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Entre estas ameaças, estão as línguas regionais mais fortes, como o português na Amazônia brasileira, o espanhol falado na Bolívia, e o quéchua e o aymara, difundidos no norte e no sul dos Andes bolivianos, respectivamente.
Risco
O mapeamento das línguas em extinção faz parte do projeto "Enduring Voices: Documenting the Planet’s Endangered Languages" (em tradução livre, "Vozes Resistentes: Documentando as Línguas Ameaças do Planeta"), que identificou as regiões do globo onde as línguas nativas estão mais fortemente ameaçadas.
Os pesquisadores alertaram que metade das cerca de 7 mil línguas faladas hoje no mundo – muitas nunca gravadas – desaparecerão ainda neste século. Uma língua morre a cada 14 dias, afirmaram.
BBC Brasil