A Bolívia se prepara para uma nova jornada de protestos, um dia depois de violentas manifestações pela renúncia do presidente Gonzalo Sánchez de Lozada que resultaram na morte de doze pessoas.
O presidente boliviano enfrenta a mobilização de vários setores sociais e bloqueios de estradas porque teria decidido exportar gás, a principal riqueza natural da Bolívia a mercados da América do Norte por um porto chileno.
Em entrevista à CNN, Sánchez de Lozada, que nega a intenção de levar a frente o projeto, mencionou que o grupo peruano "Sendero Luminoso" está entre os supostos conspiradores estrangeiros que pedem o fim de seu governo. Não há comprovações sobre a acusação.
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Renúncia
Sánchez de Lozada, em pronunciamento na noite de segunda-feira transmitido por por rádio e televisão, afirmou que não renunciará e que restabelecerá a ordem nas cidades da Bolívia. Ele anunciou a suspensão dos planos de exportação de gás a novos mercados, numa tentativa de conter os violentos distúrbios durante o fim de semana na cidade de El Alto, onde foi utilizada força militar.
"O governo determina que não se exportará gás natural a novos mercados", disse o mandatário tentando apaziguar os ânimos da população. Segundo ele, a venda externa de hidrocarboneto não se realizará, "enquanto não se realizem consultas sobre esse assunto". A Bolívia vende, desde 1998, gás natural para o Brasil, com um contrato que deverá ser prolongado por 30 anos.