O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender, nesta sexta-feira, a reconstrução das Nações Unidas, como forma de garantir a paz e a justiça mundiais.
Em discurso na cerimônia de entrega do Prêmio Príncipe de Astúrias, o presidente disse que a ONU deve ser um fórum capaz de "resgatar a supremacia do diálogo e do consenso multilateral".
Lula fez uma defesa pública da ONU no dia em que foi confirmada a reeleição do Brasil como um dos membros não permanentes do Conselho de Segurança da Organização. Na opinião de Lula, a ONU deve lutar pela democracia, que é o único valor capaz de reduzir as desigualdades sociais em todo o mundo.
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Outra bandeira de Lula, o combate à fome, também foi destaque em inúmeros trechos de seu discurso. Citando palavras do Papa João Paulo II, o presidente brasileiro disse que é "inaceitável" adiar o tempo em que as pessoas possam compartilhar as mesmas comidas, sem ter que provar apenas migalhas.
"Estou convencido de que a mesa da humanidade tem espaço e fartura para reverter a exclusão, onde quer que ela se apresente", afirmou.
Neste sentido, o presidente disse que o Brasil não vai decepcionar e vai conseguir, em quatro anos, erradicar a fome no país. "O Brasil não ignora as reformas estruturais cobradas pela sua história, entre elas a reforma agrária. O Brasil descobriu-se portador de um mal que tem cura, cujo o nome é desigualdade".
E completou: "precisamos recuperar a auto-estima que atirou a dignidade humana na vala comum dos supérfluos, que tem preço, mas não tem valor. A solidariedade é o derradeiro trunfo e, ao mesmo tempo, a preciosa chance de um recomeço".
Lula encerrou o discurso dizendo-se emocionado com o prêmio, já que é um brasileiro que teve que enfrentar "múltiplos obstáculos" em sua trajetória pessoal e política.
E conclamou todos a se empenharem em medidas para resgatar a dignidade humana. "Precisamos dar a todos, e cada um dos seres humanos, a oportunidade de viver a vida em seu esplendor - a vida e nada mais", concluiu.
Fonte: Agência Brasil