O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rejeitou nesta segunda-feira (3) a resolução da Organização dos Estados Americanos (OEA), que afirma que há no país "grave alteração inconstitucional". Ele a acusou de pretender se transformar em um "tribunal de inquisição" para perseguir a Venezuela. A informação é da Agência EFE.
"Não tem nada a ver com a Venezuela, um comunicado insosso, não operacional. O que tem efeito no país é uma grande indignação e uma grande rejeição, eu chamo o povo da Venezuela para rejeitar essa política intervencionista", disse Maduro, em rede obrigatória de rádio e televisão.
Além disso, ele rejeitou o que descreveu como "golpe de Estado" dado na Bolívia, depois que Honduras tomou ontem seu lugar na presidência do Conselho Permanente.
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"Vade retro, Satanás. Vai de retro, OEA. Fora daqui, OEA. Saia com suas mãos cheias de sangue da Venezuela e da pátria bolivariana, repudiamos e rejeitamos o golpe de Estado na OEA", afirmou Maduro, com a Constituição nas mãos.
Para o presidente venezuelano, o que aconteceu na sede da OEA foi algo incomum e constrangedor "todas as regras mínimas do jogo" foram quebradas.
Ele disse que há uma "concepção extremista" nos governos da "direita latino-americana" e que há países que estão sendo pressionados.
Segundo Nicolás Maduro, a Venezuela é o pilar fundamental de 18 países na região. Ele disse que deu ordens para fortalecer "todos os aspectos energéticos" em Petrocaribe.
O presidente venezuelano fez essas declarações depois de constatar que o país teve um primeiro trimestre "muito bom" em todas as áreas da vida nacional e que apesar do desespero da direita, o povo "está avançando".
Ontem, 17 países, dos 21 presentes à sessão da OEA, aprovaram declaração, onde afirmam que na Venezuela existe "grave alteração inconstitucional da ordem democrática" e exigem que o governo de Nicolás Maduro restaure "a plena autoridade" da Assembleia Nacional, de maioria oposicionista.
No entanto, o embaixador da Venezuela, Samuel Moncada, que se retirou da sessão, advertiu que qualquer coisa que fosse aprovada, não seria levada em conta por seu país, por considerar que a reunião era "ilegal".
O presidente Maduro felicitou Moncada por sua posição.