As sete "novas" maravilhas do mundo, posto ao qual o Cristo Redentor concorre com outras 20 localidades, serão anunciadas neste sábado (07), em Lisboa, mas o processo de escolha, que mobilizou pela internet e por telefone 70 milhões de pessoas, já criou polêmica.
Na parcial divulgada em maio, dez localidades lideravam a disputa entre as 21 pré-selecionados: a Acrópole de Atenas, a antiga cidade maia de Chichen Itza no México, o Coliseu de Roma, a Torre Eiffel em Paris, a Grande Muralha da China, as ruínas incas de Machu Pichu no Peru, a cidade de Petra na Jordânia, as estátuas da Ilha de Páscoa, as pedras de Stonehenge, na Grã-Bretanha, e o mausoléu de Taj Mahal na Índia.
Os demais concorrentes são os templos de Angkor (Camboja), a Alhambra de Granada (Espanha), Santa Sofia em Istambul (Turquia), o templo Koyomizu (Japão), a Praça Vermelha e o Kremlin em Moscou, o castelo de Neuschwanstein (Alemanha), a Estátua da Liberdade em Nova York, o Cristo Redentor no Rio de Janeiro, a Opera House de Sydney e a antiga cidade de Timbuktu (Mali).
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De acordo com fontes ligadas ao processo seletivo, o Cristo Redentor teria conseguido um lugar entre os 10 mais votados na parcial de junho.
As 21 localidades foram selecionadas em janeiro de 2006 entre 77 sítios por um júri integrado por arquitetos famosos e pelo ex-diretor-geral da Unesco, Federico Mayor.
A campanha para designar as sete maravilhas do mundo moderno foi organizada pelo viajante e cineasta suíço Bernard Weber, que disse ter sido motivado a defender a preservação do patrimônio histórico após a destruição dos Budas gigantes de Bamiyan pelos talibãs, em 2001.
Em junho, a Unesco tratou de se desvincular da campanha para escolher novas sete maravilhas. "Diante do risco de que se produza uma confusão prejudicial, a Unesco deseja reafirmar que não existe qualquer relação entre o programa dedicado a proteger o patrimônio mundial e a atual campanha relativa às 'Sete Novas Maravilhas do Mundo'", declarou a agência em comunicado, enfatizando que, "apesar de ter sido convidada a apoiar essa iniciativa em reiteradas ocasiões desde seu lançamento, a Unesco decidiu não colaborar com o sr. Weber neste projeto".
A votação terá seu resultado conhecido no sábado, durante uma cerimônia transmitida pela televisão em um estádio de Lisboa. Esta iniciativa, que quer recriar a popularidade das Sete Maravilhas da Antiguidade, também tem seus detratores.
"Esta campanha não é nem democrática nem científica", denunciou Nicole Bolomey, uma especialista da Unesco que trabalha na Índia. Segundo ela, a atenção se centrou em um pequeno número de monumentos já muito célebres, o que desviou a atenção de locais que estão em perigo, o que é uma atitude oposta ao que serve de guia para Unesco definir o patrimônio da humanidade. "O Taj Mahal não corre o perigo de ser derrubado amanhã, enquanto muitos locais na Índia estão em perigo", explicou.
Em maio, a Academia Chinesa da Grande Muralha pediu aos chineses que votassem em massa pelo monumento nacional. No Brasil, a campanha em favor do Cristo Redentor é intensa e ocupa amplo espaço nos meios de comunicação.
Já no Camboja, as pessoas ligadas ao meio cultural duvidam que os templos de Angkor estejam entre os vencedores. Poucos cambojanos têm acesso a internet e mesmo que todo o povo cambojano votasse, isto não seria suficiente, afirma.
O diretor do departamento de antigüidades egípcias, Zahi Hawass, qualificou o concurso de "operação publicitária". As pirâmides egípcias de Gizé - a única das maravilhas antigas que resistiu ao tempo - foram declaradas "fora de concurso", pois já haviam sido nomeadas "maravilha do mundo de forma honorária" pelos organizadores.