A alfabetização de jovens e adultos será feita, a partir de agora, por professores das redes públicas estaduais e municipais da educação básica e não mais por alfabetizadores leigos. A mudança no programa Brasil Alfabetizado foi anunciada nesta quinta-feira (11), pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, em Natal (RN), aos nove governadores do Nordeste. O ministro também adiantou que os recursos do Brasil Alfabetizado em 2007 serão de R$ 300 milhões. Em 2006, foram R$ 200 milhões aplicados.
A medida, explicou Haddad, visa atacar a ineficiência da alfabetização revelada nas amostras anuais realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde a criação do programa. O ingresso de professores das redes públicas é uma tentativa de melhorar os índices de aprendizado de jovens e adultos. O Nordeste, disse o ministro, apresenta 17,4% de analfabetos, quase o dobro da taxa nacional, e exige medidas práticas para reverter o quadro.
No novo modelo de alfabetização caberá aos estados e municípios cadastrar jovens e adultos analfabetos, cadastrar e capacitar os professores da rede que desejam participar da atividade alfabetizadora e acompanhar a execução do ensino. Será responsabilidade do Ministério da Educação pagar bolsa mensal de R$ 260,00 ao professor que aceitar a tarefa de alfabetizar em turno diferente daquele que faz na escola, repassar os recursos para estados e municípios para capacitar professores, supervisionar o programa e oferecer merenda e transporte escolar nos casos em que o aluno depender desse incentivo para permanecer na escola aprendendo. Para o ministro, os efeitos positivos desta iniciativa serão a valorização do professor, que passa a ser agente ativo do programa, melhoria da renda mensal do professor e a oferta de uma educação de mais qualidade aos jovens e adultos.
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Selos Para incentivar os municípios a investir na alfabetização de jovens e adultos, Fernando Haddad disse que o governo federal vai criar dois selos: Cidade Livre do Analfabetismo, destinado às cidades que, no Censo Demográfico de 2010, confrontados com os dados colhidos pelo IBGE em 2001, apresentarem taxa de analfabetismo inferior a 3%; e o Cidade Alfabetizadora, para a cidade que, em 2010, em relação ao censo de 2001, tenha reduzido o analfabetismo em 50%. "A grande vantagem dessa ação é que se não der resultado na redução do analfabetismo, no mínimo, vamos melhorar a escola pública brasileira", concluiu Haddad.