Um confronto entre 1.500 policiais e moradores de uma vila por uma nascente de água na periferia oeste da Cidade do México deixou mais de cem policiais feridos. Três deles permanecem em estado grave, segundo informações da prefeitura da cidade. Cinco pessoas foram presas.
Esse foi o mais recente de uma série de confrontos sobre a água cada vez mais escassa na cidade de 9 milhões de pessoas, fazendo com que parte do abastecimento seja suprido por estados vizinhos. A capital do país cresceu muito rápido entre os anos de 1940 e 1990 quando aldeias antes independentes, como San Bartolo Ameyalco, onde ocorreram os conflitos ontem, foram engolidas pela expansão da mancha urbana.
A centenária vila tem uma fonte de água natural, que é motivo de orgulho para a população local. Mas as autoridades da Capital querem estender o sistema municipal de água para a aldeia, supostamente para abastecer as áreas carentes de lá.
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Mas muitos moradores suspeitam que o que o vai ocorrer quando o sistema de água começar a funcionar é que a água do povoado vai abastecer os prédios residenciais e de escritório, além de centros comerciais, que surgiram nas proximidades do vilarejo.
"Esta comunidade é profundamente ligada à água desde que começou", escreveram ativistas em uma carta com a descrição da cidade, cujo nome, Ameyalco, significa "lugar onde brota a água" na língua náuatle.
O confronto da véspera começou quando a polícia foi proteger os operários que trabalhavam na construção das trincheiras e foram impedidos de entrar na área por moradores que atiravam pedras.
"Este projeto de água foi adiado por mais de 18 anos", informou o departamento de polícia da cidade em um comunicado, sugerindo que as pessoas que ganham dinheiro vendendo caminhões de água para os habitantes estão por trás da oposição.
"Nós pensamos que os operadores de caminhões tanque estão envolvidos, que não querem que este projeto vá para frente", disse o porta-voz da polícia, Leonel Luna, em uma coletiva de imprensa.