Um deputado de oposição abriu um processo contra a ministra da Economia da Argentina, Felisa Miceli, em função da descoberta de milhares de dólares em seu gabinete, informou nesta segunda-feira (09) um porta-voz do parlamento.
Esteban Bullrich, do partido Proposta Republicana (PRO, direita), formação do prefeito eleito de Buenos Aires, Mauricio Macri, denunciou a funcionária pelo suposto delito de destruição de documento público e falsas informações em sua declaração de bens em função do episódio envolvendo o misterioso dinheiro.
No final de junho a imprensa local informou que, durante uma inspeção de segurança de rotina havia sido encontrada uma bolsa cheia de dinheiro no gabinete da ministra. Posteriormente um porta-voz do ministério admitiu que a bolsa continha o equivalente a 64.000 dólares entre pesos argentinos e moeda americana, mas a cifra jamais foi revelada oficialmente.
Leia mais:
Jornalista paranaense é assassinado a tiros no México, diz imprensa local
Time de vôlei dos EUA sofre boicote e atrai polêmica sobre participação de transgêneros em esportes
'Ainda Estou Aqui' é incluído na NBR, prêmio tradicional da crítica americana
ONU aprova conferência para discutir criação de Estado palestino
A denúncia se soma a um pedido de interpelação no Congress realizado pela União Cívica Radical (UCR, social-democrata). Apesar da ofensiva da oposição, o chefe de Gabinete, Alberto Fernández, confirmou a permanência da ministra no cargo.
O episódio levantou suspeitas sobre a origem do dinheiro, apesar de fontes ligadas à ministra assinalarem que o mesmo se destinava a uma operação imobiliária. "Não cometi qualquer delito", afirmou a ministra. "Isso visa claramente me prejudicar, é uma operação muito brutal contra minha pessoa. Alguém quer capitalizar isso. Estão tentando ficar com o ministério da Economia".
Miceli assumiu a pasta da Economia no final de 2005, em substituição de Roberto Lavagna, candidato a presidente para as próximas eleições de outubro pela oposição.