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Lista negra

MST denuncia lista de marcados para morrer

Redação - Folha de Londrina
06 ago 2003 às 19:59

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Sete integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) da região noroeste do Paraná estariam numa lista de marcados para morrer e um deles já teria sido executado. A informação foi divulgada nesta quarta-feira pelo secretário de Estado do Emprego, Trabalho e Promoção Social e presidente da Comissão Especial de Mediação de Questões da Terra, Padre Roque Zimmermann. ''Resolvi torná-la pública porque uma das pessoas morreu'', afirmou Zimmermann. As ameaças de morte por parte de fazendeiros da região também foi confirmada pela coordenação estadual do MST.

O primeiro nome dessa lista seria o do trabalhador rural Francisco Nascimento de Souza, de 27 anos, morto na última segunda-feira com oito disparos de arma de fogo. Souza era morador do Assentamento Nossa Senhora Aparecida, em Mariluz (35 km a sudeste de Umuarama). Segundo laudo pericial, ele recebeu tiros de duas armas diferentes, uma pistola 9 milímetros e um revólver calibre 38. Segundo o comando estadual do MST, as outras pessoas que fariam parte dessa lista de marcados para morrer são: Angelo Costa Quintanilho, Luiz Alves, Paulo Sérgio de Souza, Carlos Cartucho (apelido), João CBT (apelido) e Paulo Carrero.

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Todos eles são líderes regionais de assentamentos ou acampamentos em Mariluz, Campina da Lagoa (100 km ao sul de Campo Mourão), Luiziana (30 km ao sul de Campo Mourão) e outras cidades da região. Segundo um dos coordenadores estaduais do MST, Edson Bagnara, esses nomes também fazem parte de processos de interditos proibitórios (medida judicial que limita a invasão e informa o Estado da iminência de ocupação) requisitados por fazendeiros da região.

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Em Mariluz, segundo Bagnara, as ameaças começaram há cerca de cinco meses quando foi formado um acampamento com cerca de 700 famílias na mesma área do assentamento. ''Eles (integrantes do MST) devem tomar medidas de segurança na região, ter mais cuidados, não andar sozinho, mas é complicado garantir a segurança deles'', afirmou Bagnara.

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A Comissão Pastoral da Terra (CPT) do Paraná acredita que o assassinato de Souza esteja ligado a uma suposta atuação do Primeiro Comando Rural (PCR), grupo formado em março na região noroeste por fazendeiros que pretendiam contratar seguranças armados para defender suas terras. ''Os integrantes do movimento estão sob ameaça constante e com certeza a morte de Souza tem ligação com fazendeiros que usam da violência no campo'', afirmou Padre Alziro dos Santos, da regional de Campo Mourão da CPT.


O delegado de Cruzeiro do Oeste (25 km a leste de Umuarama), Roberto Aparecido Penteado, que investiga a morte de Souza, disse que não tem conhecimento da lista de marcados para morrer. Ele informou que os indícios apontam como motivo do crime uma desavença interna no próprio assentamento. ''Mas, não vamos descartar outras possibilidades, como a morte ter sido encomendada por fazendeiros'', afirmou. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Umuarama, divulgado ontem, não confirmou as suspeitas da CPT de Souza ter sido torturado.

A Folha procurou lideranças ruralistas envolvidas na formação do Primeiro Comando Rural (PCR), mas eles estavam viajando. (Com Agência Folha)


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