O presidente da Farsul (Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul), Carlos Sperotto, representante dos produtores rurais, propôs nesta terça-feira que o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) interrompa marcha iniciada no último dia 10 com previsão de chegada no dia 3 ao município de São Gabriel. Em troca, seria abortada a caminhada, na mesma estrada, que está sendo planejada pelos produtores.
O líder do MST Mário Lill recusou a proposta e disse que a marcha continuará, pois ela é "pacífica".
O encontro entre o ruralista e o dirigente sem-terra ocorreu na Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa gaúcha. E a negativa mostra as dificuldades para apaziguar os ânimos entre produtores e sem-terra.
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A marcha do MST, com 800 pessoas, estava segunda-feira na RST-287, rumando em direção a Agudo. Dentro de pouco mais que uma semana, deverá chegar a São Gabriel. É um apoio à desapropriação de 13,2 mil hectares no município, estabelecida pela União, mas suspensa pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Os produtores de São Gabriel não quiseram revelar quando sairá sua marcha, mas organizam concentração no parque de exposições da cidade e partirão com cavalos, máquinas e integrantes de suas famílias.
O prefeito Rossano Dotto Gonçalves (PDT), que é produtor rural e lidera a caminhada a ser iniciada, disse: "Não queremos o confronto, só diálogo".
Para as marchas, a Brigada Militar fará uma vistoria nos participantes dos dois lados, impedindo que eles portem armas e assegurando o caráter pacífico.