O ex-presidente egípcio Hosni Mubarak falou publicamente pela primeira vez desde sua detenção, há dois anos, e disse que está "consternado" com a situação atual do Egito, especialmente em relação aos mais pobres.
Mubarak, de 85 anos, deu entrevista ao jornal 'Al-Watan' após a sessão inaugural de seu novo julgamento – iniciado no sábado – pelo envolvimento na morte de 846 manifestantes durante a revolta que o destituiu do poder em fevereiro de 2011. Mubarak foi condenado à prisão perpétua, mas o mais alto tribunal de apelações do país, porém, ordenou um novo julgamento, acatando pedidos da defesa e da acusação.
Na entrevista, o ex-presidente fez uma alerta contra um empréstimo do Fundo Monetário Internacional do Egito, dizendo que isso tornaria a vida mais difícil para os pobres do país, onde mais de 40% da população vive com menos de US$ 2 dólares por dia. Sobre o seu sucessor, o islamista Mohamed Morsi, Mubarak disse que era muito cedo para fazer julgamentos.
Mubarak afirmou que está "desanimado" com o estado da economia e das cidades industriais construídas durante seus quase 30 anos de mandato e criticou a falta de segurança do país.