Mulheres de militares organizaram neste domingo um protesto durante a cerimônia mensal de troca da Bandeira Brasileira, realizada na Praça dos Três Poderes e comandada neste mês pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
A União Nacional das Esposas de Militares das Forças Armadas Brasileiras (Unemfa) exigiu melhorias nas condições de trabalho dos controladores de vôo e dos militares. O protesto foi pacífico e, apesar de ter sido motivado pela situação nos aeroportos, não havia mulheres de controladores de vôo entre as manifestantes.
Algumas integrantes da Unemfa levaram panelas, mas o ato se limitou à abertura de faixas durante a solenidade. Uma delas – "Sem militar, o Brasil não decola" – aludia ao fato de a maioria dos controladores de vôo vir das Forças Armadas. Atualmente, o país tem 2.115 controladores militarares e 493 civis.
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"Eles trabalham com escala apertada e enfrentam muita pressão psicológica", afirmou a presidente da Unemfa, Ivone Luzardo. A entidade também reivindicou salários mais altos nas Forças Armadas. Outra faixa pedia a reposição dos soldos que, segundo a Unemfa, estão com defasagem de 400% desde o início do Plano Real, em 1994.
As manifestantes exigiam, ainda a revisão de uma lei de agosto de 2001 que retirou direitos previdenciários de quem ingressou na carreira militar nessa época, como a licença especial de seis meses a cada dez anos de serviço e o pagamento de pensão vitalícia a filhas de militares.
Para Ivone Luzardo, a suposta operação-padrão promovida pelos controladores de vôo na última semana é reflexo da falta de investimento do governo nas Forças Armadas. "A desatualização dos equipamentos e a falta de contratações deixaram o setor aéreo chegar ao colapso", avaliou. E acrescentou: "O governo deve ter em mente que eles estão controlando vidas e não podem trabalhar acima do limite".
Desde o último dia 27, os aeroportos do país registram atrasos e cancelamentos de vôos porque os controladores decidiram monitorar até 14 vôos por vez, cada um. A categoria alega que esse é o limite estabelecido pelas normas internacionais de segurança.
A Aeronáutica e a Infraero negam uma operação-padrão e alegam que o congestionamento nos aeroportos decorre do afastamento temporário de oito controladores de vôo e dois supervisores, após o acidente com o Boeing da Gol, que matou 154 pessoas em 29 de setembro.
Agência Brasil