Segundo o relatório Avaliação Global de Recursos Florestais 2010, houve uma redução na área média desmatada no mundo, de 16 milhões de hectares anuais durante a década de 1990, para 13 milhões de hectares anuais na década de 2000.
O Brasil teve uma redução significativa na perda de florestas na última década – de 2,9 milhões de hectares anuais nos anos 1990 para 2,6 milhões nos anos 2000 -, mas permanece como o país com o maior desmatamento no mundo.
A FAO observa que a perda líquida de florestas no mundo na última década foi reduzida ainda por conta de amplos programas de reflorestamento promovidos principalmente por China, Índia, Vietnã e Estados Unidos.
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Na comparação com a década de 1990, houve uma redução de 37,3% no ritmo de perda de florestas no mundo na última década – de 8,3 milhões de hectares (equivalente à área do Estado do Rio de Janeiro) para 5,2 milhões de hectares (equivalente à área do Rio Grande do Norte ou às áreas somadas do Espírito Santo e do Distrito Federal).
Concentração
Segundo o levantamento da FAO, há 4 bilhões de hectares de florestas no mundo, o equivalente a cerca de 31% de toda a área terrestre. Cinco países – Brasil, Rússia, Canadá, Estados Unidos e China – concentram mais de 50% de toda a área de florestas no mundo.
O relatório da ONU aponta a América do Sul como o continente com a maior perda de área de florestas na última década (4 milhões de hectares anuais), seguida da África, com 3,4 milhões de hectares de florestas perdidas por ano.
No outro oposto, a Ásia registrou um ganho líquido de 2,2 milhões de hectares anuais de florestas na última década, graças aos programas de reflorestamento adotados por vários países da região.
A China foi o país com o maior ganho de florestas na última década, segundo a FAO.
O Brasil, a Indonésia e a Austrália são apontados como os países com a maior perda líquida de florestas no mundo. Mas enquanto no Brasil e na Indonésia houve uma redução no desmatamento na última década, na Austrália houve um aumento, em consequência da seca e de grandes incêndios florestais nos últimos anos.
Esforços coordenados
A FAO monitora a situação das florestas no mundo a cada 5 ou 10 anos desde 1946. O relatório deste ano, cujos dados completos devem ser divulgados somente em outubro, traz dados coletados em 233 países e territórios do mundo.
"Pela primeira vez fomos capazes de mostrar que o ritmo de desmatamento caiu globalmente como o resultado de esforços coordenados tanto no nível local como no nível internacional", afirma Eduardo Rojas, diretor-geral assistente do Departamento de Florestas da FAO.
A organização observa, porém, que o nível de desmatamento ainda é muito alto em muitos países e destaca a importância que as florestas têm no combate ao problema das mudanças climáticas, por serem grandes depósitos de carbono – floresta desmatada significa mais carbono na atmosfera.
Segundo Mette Løyche Wilkie, coordenadora do relatório, o fato de os programas de reflorestamento da China, da Índia e do Vietnã estarem previstos para terminar em 2020 significa que há uma ameaça de que haja um novo aumento nas perdas de florestas no mundo se não houver novas intervenções para conter o desmatamento e para promover o reflorestamento.