Os músicos cubanos que desapareceram durante uma turnê em Recife formalizaram nesta segunda-feira um pedido de refúgio no Ministério da Justiça. A assessoria de imprensa do ministério informou que o caso será julgado pelo Conselho Nacional de Refugiados (Conare) em março, na próxima sessão do conselho.
Ainda de acordo com o Ministério da Justiça, até o julgamento os músicos Miguel Ángel Costafreda, Arodis Verdecia Pompa e Juán Alcides Día estão sob proteção e têm liberdade para circular no país e até mesmo para tirar carteira de trabalho.
Segundo o advogado dos cubanos, José Antônio Ferreira, eles não correm qualquer risco de serem deportados até o julgamento. "O governo Lula jamais deportará cubanos para agradar Fidel Castro".
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Ferreira disse que os músicos foram designados pelo governo de Cuba para fazer apresentações no Brasil porque não havia quem pudesse vir, embora a situação política deles naquele país fosse de "perseguição".
O motivo da perseguição seria a insistência dos três em pesquisar ritmos latinos à revelia do governo cubano. "Eles são estudiosos de música erudita e teimavam com o governo em fazer pesquisas sobre os estilos musicais da América Latina. Por isso, eram criticados e perseguidos no país", disse o advogado.
O advogado se refere ao pedido como "asilo político", mas, de acordo com a assessoria de imprensa do ministério, trata-se de um pedido de "refúgio". "É apenas uma linguagem, mas os dois têm o mesmo sentido", afirmou Ferrera.
A assessoria do ministério disse, no entanto, que o asilo político é destinado àqueles que se sentem perseguidos no seu país. Já o pedido de refúgio, tem o objetivo de proteger aqueles que tiveram que abandonar seu país porque sua vida ou liberdade estavam em perigo, por razões ligadas à raça, religião ou crença política.
ABr