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Folha de S.Paulo aponta

Na pandemia, Brasil é o 2º país com mais barreiras de entrada no exterior

Rafael Balago/Folhapress
04 mar 2021 às 11:17
- Pixabay
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Reino Unido, Brasil e África do Sul são os países que somam mais restrições de entrada em outros países por conta da pandemia de Covid, aponta levantamento feito pelo jornal Folha de S.Paulo a partir dos dados da Iata (associação internacional de transporte aéreo).


Entre 150 países analisados, 25 colocaram restrições específicas ao Reino Unido, 17 ao Brasil e 17 à África do Sul. A soma considera os locais que baniram a entrada de passageiros que estiveram nesses países antes da viagem ou que vetaram voos vindos a partir deles, e só inclui restrições em vigor atualmente.

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Já alguns outros, como a Índia, apenas pedem testes ou quarentena extra para quem vem desses três lugares, mas a entrada é permitida se o passageiro comprovar que não está contaminado pelo vírus.

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Os outros 27 primeiros postos da lista são ocupados por países europeus, com Portugal (13 vetos) e Irlanda (12) à frente. Diversos governos anunciaram restrições em bloco às nações do continente, que têm circulação liberada entre elas, pois a maioria delas integra o Espaço Schengen.

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As medidas contra países específicos ganharam força no fim de 2020, como forma de conter a disseminação de novas variantes mais contagiosas do vírus. Cientistas identificaram cepas no Reino Unido, no Brasil e na África do Sul.


Os dados da Iata mostram que ao menos 55 governos nacionais mantêm fechamentos quase completos à entrada de viajantes, com raras exceções, como o acesso para seus próprios cidadãos e residentes.

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A Arábia Saudita, que barrou a entrada de modo geral, colocou restrição extra: mesmo residentes que tenham passado pelo Reino Unido, Brasil ou África do Sul nos últimos 14 dias não podem entrar.


Na América do Sul, os viajantes vindos do Brasil enfrentam restrições em Argentina, Colômbia e Peru. O acesso aos EUA segue proibido desde maio de 2020. O Brasil é alvo de vetos também por parte de Alemanha, Arábia Saudita, Áustria, Espanha, Iraque, Madagascar, Marrocos, Moldova, Omã, Paquistão, Reino Unido, Tunísia e Turquia.

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No sentido oposto, o Brasil barrou voos vindos da África do Sul e do Reino Unido, desde janeiro, e impede a entrada de passageiros que tenham estado nesses dois locais nos últimos 14 dias. Há exceções para cidadãos e residentes brasileiros, mas eles precisam apresentar teste negativo de Covid e cumprir quarentena.


"Estudos feitos sobre os surtos de ebola e de zika mostram que os fechamentos de fronteira são, em geral, paliativos. Essas medidas apenas ganham tempo, umas duas ou três semanas, mas não são capazes de impedir a importação de patógenos", aponta Marcelo Gomes, coordenador do Infogripe (sistema nacional de monitoramento de doenças respiratórias, ligado ao Ministério da Saúde) e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz.

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"É uma barreira porosa, porque alguns grupos, como diplomatas, conseguem entrar, e a circulação de mercadorias prossegue", avalia. O pesquisador explica que o ideal é apostar em uma soma de estratégias, incluindo o controle de transmissão no local onde a nova cepa se originou, a realização de testes e o isolamento de viajantes.


Os Estados Unidos, local com mais casos de Covid no mundo –28,7 milhões–, é alvo de restrições de apenas três países: Arábia Saudita, Madagascar e Moldova. A Índia, segunda nação com mais contágios –11,1 milhões– também soma três vetos (de Arábia Saudita, Madagascar e Iraque).

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"A reciprocidade é o princípio mais valioso da diplomacia. Mas, como o momento é excepcional, não imagino que seja favorável uma política de isolamento total, pois pode gerar dificuldade na importação de insumos, inclusive da própria vacina", analisa Fernanda Magnotta, coordenadora do curso de Relações Internacionais da Faap.


Os fechamentos de fronteiras também afetam setores como comércio e turismo, cujos empresários podem pressionar pela reabertura. Ao mesmo tempo, as barreiras podem ser usados com fins político. "Governos podem adotá-las como forma de mostrar que estão protegendo suas sociedades de perigos externos. Não deixa de ser um tipo de nacionalismo", diz Magnotta.
"O ideal é que o Brasil fizesse uma boa governança da crise. Quanto mais deixamos de fazer a lição de casa, pior fica nossa reputação internacional", lembra a coordenadora.

O Brasil, que enfrenta seu pior momento desde o início da pandemia, é terreno fértil para o surgimento de novas variantes, que poderão levar a novos bloqueios externos.
"Quanto mais casos ocorrem, maior é a quantidade de mutações. E, com isso, cresce a chance de ter uma nova variante que se torne mais forte e consiga escapar de imunidade prévia ou da proteção de algumas das vacinas", alerta Gomes, do Infogripe. "Tendo menos casos no país, é muito mais fácil controlar isso."


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