O Dia Internacional da Internet Segura (Safer Internet Day) é celebrado nesta terça-feira (6). A data é uma iniciativa para incentivar entes públicos e privados na promoção de atividades de conscientização em torno do uso seguro, ético e responsável da internet. A data foi criada pela Rede Insafe na Europa e, atualmente, mobiliza mais de 100 países em torno da causa.
Até mesmo o papa Francisco entrou na campanha pedindo a proteção dos menores de idades nas redes. "Somos todos chamados a nos comprometer para proteger os menores no mundo digital", escreveu o pontífice no Twitter.
O advogado Fernando Peres, atuante na área de Direito Digital e Crimes Cibernéticos e criador do projeto Segurança na Rede, explica que nada é 100% seguro quando o assunto é tecnologia. "As pessoas acabam se expondo demais na rede e se esquecem que não só amigos vão ter acesso às informações."
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Pensando no Safer Internet Day, cinco dicas essenciais foram elencadas para se manter seguro na internet e usar a rede com responsabilidade.
1. Não publique comentários que possam prejudicar alguém; opinião é diferente de agressão moral. Atentar contra a honra de alguém é crime, de acordo com os artigos 138 a 140 do Código Penal.
2. Utilize senhas fortes e jamais as insira em sites de caráter duvidoso; procure alterar as senhas com frequência e utilize dupla verificação em e-mails, redes sociais e bancos.
3. Cruze informações de contato e de registro de empresas e vendedores online, como CNPJ ou se existem reclamações; opte por sistemas de pagamento virtual reconhecidos, como PayPal, PageSeguro e MercadoPago. Desconfie de produtos com preço muito abaixo da média e de procedência duvidosa.
4. Evite utilizar redes Wi-fi desconhecidas e desprotegidas por senha; jamais acesse e-mails, redes sociais e internet banking em redes ou computadores desconhecidos;
5. Mantenha atualizado aplicativos antivírus no computador e celular; realize, frequentemente, varreduras nos aparelhos e jamais clique em links com manchetes sensacionalistas ou ofertas muito generosas para não cair em um hoax, mentira divulgada na internet para enganar muitas pessoas.
Em pesquisa iniciada pelo projeto "Segurança na Rede", em 2015, e respondida por mais de 3,7 mil usuários de internet de todo o Brasil, constatou-se que 39% já sofreram algum tipo de crime cibernético, sendo 48% deles o ataque à honra, 29% de estelionato e 22% de ameaças de todo o tipo. Os dados ainda mostram que 77% das vítimas não sabem como proceder depois do ataque e 89% dos pesquisados não se sentem seguros na rede.
Veja relatório completo.
Fernando Peres explica que, ao ser vítima de algum crime cibernético, a primeira coisa a ser feita pela pessoa é o registro das provas, que pode ser feito com prints da tela em que estejam evidentes a agressão à honra ou a confirmação de um golpe, no caso de estelionato. O registro pode ser feito, inclusive, em cartório. O próximo passo é registrar um Boletim de Ocorrência (B.O.) e então procurar um advogado o mais rápido possível. Dependendo do caso, é cabível uma ação criminal ou de reparação de danos morais.