O papa Francisco aproveitou a tradicional audiência geral para falar sobre o Dia Mundial da Terra, celebrado nesta quarta-feira (22), e para pedir o cuidado com os mais frágeis habitantes do planeta.
"Como a trágica pandemia do coronavírus está demonstrando, só estando juntos e cuidando dos mais frágeis é que podemos vencer os desafios globais", disse durante a cerimônia transmitida pela internet. Segundo o líder católico, a Terra "não é um depósito de recursos que devem ser explorados" porque para "nós, que cremos em Deus, o mundo natural é o Evangelho da Criação, que exprime a potência da criação". "Mas, ao invés disso, nós a poluímos e depredamos, colocando em risco a nossa própria vida", refletiu.
"E como reage a Terra? Há um ditado espanhol muito claro sobre isso: Deus perdoa sempre, nós homens perdoamos algumas vezes sim, algumas vezes não, mas a Terra não perdoa nunca. A Terra não perdoa. Se nós a deterioramos, a resposta dela será muito feia. Quando vemos essas tragédias naturais, que são a resposta da Terra aos nossos maus-tratos, eu penso: 'se pedir ao Senhor o que ele pensa, não acredito que ele vá me dizer que isso é uma coisa muito boa'. Fomos nós quem estragamos a obra do Senhor", disse ainda.
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Ainda durante sua reflexão, Francisco elogiou as novas gerações que estão crescendo com uma maior consciência da importância do meio-ambiente e também aos movimentos internacionais de proteção do planeta.
"Formaram-se vários movimentos internacionais e locais para acordar a consciência. Aprecio sinceramente essas iniciativas e será ainda necessário que os nossos filhos entrem na estrada para nos ensinar o que é óbvio. Vale dizer que não há futuro para nós se destruirmos o ambiente que nos sustenta", ressaltou.
O Pontífice ainda destacou que todas as ações, mesmo "as pequenas contribuições" individuais são importantes porque é "bom convergir juntos, com qualquer situação social, e dar vida a um movimento popular 'de baixo'". "O próprio Dia Mundial da Terra, que celebramos hoje, nasceu assim", pontuou.
O tema da preservação do meio-ambiente é muito caro ao líder católico sendo que, em 2015, ele publicou a encíclica "Laudato si'", voltada à importância do cuidado com o planeta tanto no sentido ambiental como no de cuidado com as pessoas mais frágeis, que são as mais afetadas por conta da série de mudanças climáticas graves.