O professor do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP), Augostin Wernet, disse que ainda é cedo para apontar um possível sucessor de João Paulo II. Ele acredita, no entanto, que o escolhido dará continuidade à linha de Karol Wojtyla.
"Cerca de 90% dos cardeais que vão eleger o novo papa foram nomeados pelo próprio João Paulo II. Então, no Conclave, prevalecem os cardeais que mais ou menos se enquadram em uma linha de moderado para conservadora. Assim, pelo fato de o papa nomear os cardeais, de uma certa maneira, ele controla a eleição do futuro papa", afirmou Wernet, em entrevista à Rádio Nacional AM nesta semana.
Para Wernet, o próximo papa deverá novamente ser um europeu, pelo fato de a maioria dos cardeais com direito a voto ser daquele continente. "Se a gente pensa numericamente, o peso dos cardeais da Europa predomina. Acho que os europeus têm um peso muito forte", disse.
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De acordo com Wernet, o "grande desafio" do novo Papa será discutir questões da modernidade. "Eu acredito que o papa que morreu, apesar de uma liderança carismática, não se abriu para questões fundamentais da modernidade, como o controle da natalidade, o papel das mulheres na Igreja, a moral sexual e o celibato dos padres. Então, eu acredito que o futuro papa vai se confrontar com estas situações".
Ele acrescentou que no papado de João Paulo II predominou "fortemente a postura de Roma de clericalismo e não havia uma real abertura internacional e uma democratização da estrutura romana da Igreja Católica".
Depois do enterro do papa João Paulo II, as atenções se voltam agora para o conclave, reunião de cardeais que escolherá o próximo sumo pontífice, a partir do dia 18 deste mês.
Fonte: Agência Brasil