O novo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, pediu hoje (29) "tempo" para colocar em prática reformas mais profundas na Grécia. O pedido de Tsipras foi feito após encontro com o presidente do Parlamento Europeu (PE), Martin Schulz, que hoje visitou a capital grega.
"Estamos dispostos a iniciar reformas mais profundas, sem austeridade, mas também sem déficit", assegurou o primeiro-ministro grego. Acrescentou que, para alcançar o objetivo, país e o novo governo helênico "precisam de tempo".
Alexis Tsipras informou que o encontro com Schulz serviu para estabelecer nova relação de confiança entre a Grécia e instituições da União Europeia (UE). Na breve declaração conjunta, o presidente do PE afirmou que o encontro foi marcado por uma franqueza extrema, onde existiram opiniões coincidentes, mas também alguns desacordos e assuntos que requerem maior discussão.
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Segundo Martin Schulz, a Grécia está disponível para discutir "com os parceiros europeus e procurar soluções sobre uma base comum". "Vejo que está aberto ao diálogo", revelou o representante europeu, numa referência a Tsipras. Salientou que "na Europa existem receios que a Grécia tomará medidas unilaterais".
Schulz salientou que é muito importante que fique claro que a Grécia "vai procurar soluções de mútuo acordo com os parceiros da UE".
Em declarações aos jornalistas, o chefe do governo helênico ressaltou que o objetivo comum "é o regresso da Grécia ao crescimento dentro de uma coesão social". "A Europa sairá da crise e será mais forte do que nunca", disse Tsipras na breve declaração, sem direito a perguntas.
Schulz saudou o fato do novo governo helênico ter como prioridade a luta contra evasão fiscal. "A luta contra pobreza está ligada à luta contra evasão fiscal", defendeu o presidente do PE.
Martin Schulz acrescentou que, durante o encontro de duas horas com Alexis Tsipras, foram abordados todos os temas de interesse europeu, incluindo a crise na Ucrânia.
Alexis Tsipras tomou posse como primeiro-ministro na segunda-feira (26), após a vitória do seu partido, o Syriza, nas eleições legislativas de domingo (25).