O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apelou nesta segunda-feira (30), em Paris, a todos os líderes mundiais para "estarem à altura" dos desafios colocados pelas alterações climáticas, reforçando que chegou o momento de a comunidade internacional decidir salvar o planeta.
Ele discursou na 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21), que se realiza em Paris.
"Temos o poder de determinar o nosso futuro aqui e agora, mas só se mostrarmos que estamos à altura do desafio", disse, dirigindo-se aos cerca de 150 governantes reunidos na capital da França.
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O presidente dos Estados Unidos, a primeira economia mundial e o segundo emissor mundial de gases de efeito de estufa (depois da China), reconheceu a influência do seu país no aquecimento global e assumiu "a responsabilidade de fazer algo" para mudar o cenário.
Em seu pronunciamento, Obama rejeitou o argumento de que a luta contra as alterações climáticas será uma má notícia para a economia.
"Provamos que não há mais conflito entre um crescimento econômico forte e a proteção ambiental", afirmou.
"Quebramos os velhos argumentos da inação. ( ) Isso deveria dar-nos esperança", disse Obama, que recordou as palavras do ativista dos direitos civis Martin Luther King.
"Acredito nas palavras de Martin Luther King Junior de que não existe tal coisa de ser tarde demais", disse Obama.
Para Obama, se os líderes internacionais "agirem aqui e agiram agora" não será tarde demais. Frisou que as decisões agora tomadas terão repercussões nas próximas gerações, o que irá representar "uma recompensa gratificante".
Os Estados Unidos assumiram o compromisso de reduzir entre 26 a 28% as suas emissões de gases de efeito estufa até 2025, em comparação a 2005.
Barack Obama expressou o seu apoio à França depois dos "terríveis atentados" terroristas de dia 13 de novembro último.
"Não só para levar à Justiça a rede terrorista responsável pelos ataques [reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico], mas também para proteger os nossos povos e defender os valores que nos fazem fortes e livres", afirmou.
Obama considerou que manter a realização da conferência de clima (CPO 21) é "um ato de desafio" para aqueles que "querem destruir o mundo" atual.
A COP 21, que terminará dia 11 próximo, tem como meta conseguir um acordo internacional sobre a redução de emissões de gases com efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global e pelas suas consequências catastróficas, principalmente o aumento do nível do mar.
Limitar o aquecimento global a dois graus celsius até o final do século é a grande meta e, para muitos, a única forma de evitar os piores efeitos das mudanças climáticas.