O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, contestou nesta sexta-feira (22) o tom pessimista do discurso feito pelo candidato à presidência Donald Trump no encerramento da convenção do Partido Republicano que confirmou sua candidatura. Obama disse que a ideia passada por Trump, de que a América está à beira do colapso, não condiz com a realidade e "não se encaixa com a experiência" da maioria da população.
O Partido Republicano encerrou na quinta-feira (21) à noite a convenção que indicou o magnata Donald Trump para concorrer à eleição presidencial de novembro. Em seu discurso, Trump disse que é o candidato da lei e da ordem e prometeu que, se eleito, dará aos americanos proteção contra ataques terroristas.
O candidato republicano criticou a adversária do Partido Democrata, Hillary Clinton, por ter, segundo ele, deixado ao país "um legado de morte, destruição, terrorismo e fraqueza" durante o período em que foi secretária de Estado norte-americana.
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Em entrevista na Casa Branca ao lado o presidente do México, Enrique Peña Nieto, que está em visita a Washington, Obama disse não concordar com a afirmação de Trump de que os Estados Unidos vivem uma onda de violência e criminalidade e contestou os dados."A criminalidade é menor durante a minha presidência que em qualquer momento durante as últimas três ou quatro décadas", rebateu.
O presidente reconheceu que, embora tenha havido um "pequeno aumento no número de assassinatos e crimes violentos em algumas cidades este ano", a taxa de crimes violentos é "muito menor" hoje do que na época do presidente Ronald Reagan e também menor do que quando Obama assumiu o cargo pela primeira vez, em 2009.
Sobre a promessa feita por Trump de combater a imigração ilegal nos Estados Unidos, Obama disse que a taxa de imigração ilegal hoje no território norte-americano é "inferior em dois terços em comparação à época em que Ronald Reagan era presidente".
Numa alusão ao discurso de Trump, que falou sobre as ameaças aos Estados Unidos representadas pela existência de imigrantes ilegais, de militantes terroristas do Estado Islâmico e da violência contra policiais em serviços nas ruas de algumas cidades, Obama disse que, mesmo com essas dificuldades, "os pássaros ainda cantam" e "o sol ainda brilha" para a maioria dos norte-americanos.