Cerca de seis anos após a epidemia de cólera que matou milhares de pessoas no Haiti, pela primeira vez as Nações Unidas (ONU) reconheceram seu envolvimento involuntário na disseminação do surto. Em nota, representantes do secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, explicaram que "no ano passado, as Nações Unidas se deram conta de que precisam fazer muito mais a respeito de seu envolvimento desde o início da epidemia e do sofrimento das pessoas afetadas pelo cólera". Ainda segundo Farhan Haq, uma resposta será elaborada nos próximos meses.
A declaração foi feita após, no começo deste mês, um relatório apontar que a doença chegou ao país com os capacetes azuis do Nepal, provavelmente no final de 2010, dificultando o já difícil panorama do país após o terremoto que devastou a ilha.
Ainda segundo o documento, a recusa da ONU em reconhecer sua culpa no episódio e oferecer uma indenização "é moralmente inconcebível, legalmente indefensável e politicamente contraproducente".
Leia mais:
EUA e México desistem, e Brasil fica só com um rival em candidatura por Copa feminina
É possível regular internet e manter liberdade de expressão, diz subsecretária da ONU
Como Portugal pode reparar crimes coloniais?
Mercado de pilotos da F1 tem mais da metade das vagas abertas para 2025
O cólera causa diarreia, vômitos e desidratação, e pode ser curado, desde que seja diagnosticado a tempo. A epidemia no Haiti poderia ter sido contida com cuidados básicos como ingestão de água tratada e higienização dos alimentos, mas as condições precárias dos mais de um milhão de desabrigados deixados pelo terremoto se tornaram um empecilho.