O Fundo de Populações das Nações Unidas (Unfpa) criou um fundo para garantir recursos voltados para a saúde materna no mundo. O objetivo é arrecadar cerca de US$ 465 milhões junto aos principais doadores mundiais da Organização das Nações Unidas (ONU), entre eles Japão, Holanda e Reino Unido. Os recursos serão investidos em ações de redução da mortalidade materna nos 75 países onde o problema é mais grave.
De acordo com a assessora do Unfpa no Brasil, Thaís de Freitas, o número de mortes de mães brasileiras é alto, mas o país não faz parte do grupo que será foco das ações. "No Brasil a situação é ainda bastante preocupante, principalmente entre as mulheres negras e das regiões Norte e Nordeste. Mas existe gente em situação muito pior", explicou Thaís.
Os dados da ONU apontam uma proporção de 250 mortes de mães por grupo de 100 mil nascidos vivos no Brasil. Mas, segundo ela, esse número não bate com o oficial apresentado pelo governo brasileiro, que é de 64 mortes por 100 mil nascidos vivos. "Mesmo assim é inaceitável um país como o Brasil ter uma mortalidade materna tão alta."
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Um dos programas que ela aponta como importantes para reduzir esses números é o Pacto para Redução da Mortalidade Materna, no qual o Ministério da Saúde, governos estaduais e municipais se unem a comitês da sociedade civil para ações de apoio às mães durante a gravidez. "É um acordo de governo com a sociedade civil. O ministério ajuda, por exemplo, na capacitação de profissionais."
De acordo com ela, as ações do novo fundo serão voltadas principalmente para alguns países na África ou na Ásia em que as mortes de mães passam de 300 e, às vezes, chegam a 600 por 100 mil bebês nascidos vivos.
As próprias representações da ONU nesses países é que devem executar os projetos de redução da mortalidade materna, de acordo com as solicitações dos governos locais e das organizações da sociedade civil.
Agência Brasil