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Em menos de 2 anos

ONU estima em 60 mil número de mortos na Síria

BBC Brasil
02 jan 2013 às 21:11

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No mesmo dia em que diversas pessoas morreram em um ataque aéreo a um posto de gasolina nos arredores da capital da Síria, Damasco, a ONU divulgou nesta quarta-feira um relatório que estima em 60 mil o número de mortos em decorrência do conflito no país, iniciado em março de 2011.

O estudo foi feito a pedido da Alta-Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, e coleta dados de sete fontes diferentes.

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Segundo a pesquisa, 59.648 pessoas morreram em meio ao confronto entre opositores e forças leiais ao presidente da Síria, Bashar al-Assad.

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As estatísticas foram contabilizadas até novembro de 2012.

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Pillay, entretanto, disse que a estimativa já pode ter superado a barreira dos 60 mil mortos e descreveu a matança como "verdadeiramente chocante".


Grupos de oposição que atuam na Síria calculavam que 45 mil mortos haviam morrido em decorrência do levante revolucionário.

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Fontes de referência


O relatório da ONU, intitulado "Análise Estatística Preliminar da Documentação das Mortes na Síria", tomou como base estatísticas do governo e de grupos opositores.

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Os autores, do grupo de pesquisa Benetech, avaliaram 147.349 relatórios de mortes de sete fontes diferentes.


Eles cruzaram as referências das pesquisas e excluíram dados duplicados, além de contabilizar apenas aqueles em que havia o primeiro nome e o sobrenome das vítimas, bem como a data e o local de sua morte.

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Ao fim desse processo, os pesquisadores chegaram ao número de 59.648 mortos.


Entretanto, eles alertaram que um número desconhecido de mortos não foi documentado por nenhuma das fontes pesquisadas.

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"As estatísticas apresentadas nesse relatório devem ser considerados como valores-base", informa o relatório das Nações Unidas.


Apenas quatro das fontes pesquisadas cobriram todo o período.

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Três são grupos de ativistas com ligações com a oposição: O Centro de Documentação das Violações, a Rede Síria para Direitos Humanos, e o site Syria Shuhada.


A outra fonte é o grupo de ativistas baseado no Reino Unido Observatório Sírio para Direitos Humanos.


As estatísticas provenientes do governo estão disponível apenas de março de 2012 e até agora estimam o número de mortos em 2.539.


Já o número de 59.648 também inclui muitas mortes relatadas por uma única fonte, explicou o órgão da ONU.


Por exemplo, em agosto de 2012, o mês mais mortal desde o início do levante revolucionário, os dados revelam que apenas pouco mais das 4 mil mortes foram confirmadas em duas ou mais fontes de referência.


Por outro lado, 2 mil mortes relatadas foram contabilizadas de apenas uma única fonte, apesar de terem sido incluídas na contagem final.


Detalhes


O estudo não discrimina se os mortos eram rebeldes, militares ou civis.


Mas a pesquisa destaca que 76% das vítimas foram identificadas como homens.


O relatório também revela que as áreas mais afetadas pelo conflito são a parte rural de Damasco e a província de Homs.


Segundo Pillay, "dada a continuidade do conflito desde o fim de novembro, podemos estimar que mais de 60 mil pessoas foram mortas até o início de 2013".


"O número de mortos é muito maior do que esperávamos, e isso é verdadeiramente chocante".


Ela assinalou que as mortes foram causadas nos dois lados do conflito e alertou que o crescente sectarismo dificulta o estabelecimento de uma possível solução ao conflito.


Manifestações reivindicando reformas modestas na Síria tiveram início em fevereiro de 2011.


Uma série de confrontos entre forças de segurança e manifestantes cresceu a ponto de se tornar um levante revolucionário contra a permanência do presidente Bashar al-Assad no poder.

Os rebeldes agora controlam grandes porções da Síria, mas o conflito parece longe de ter um fim breve.


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