O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse nesta quinta-feira (11), durante uma conferência em Londres sobre a Somália, que o Plano de Resposta Humanitária foi revisto e são necessários US$ 900 milhões adicionais para prestar ajuda humanitária ao país. O novo valor deve ser usado até o fim do ano. Ele apontou as ações para mitigar os efeitos da seca na Somália como a prioridade mais urgente. As informações são da ONU News.
Guterres explicou que também é preciso lidar com os danos causados pela mudança climática e pelos conflitos na nação africana. O país tem mais de 6 milhões de pessoas carentes, o equivalente à metade da população. Destes, 275 mil são crianças desnutridas que estão em risco de morrer de fome.
O secretário-geral lembrou aos participantes dos momentos em que forças da Missão da ONU e da União Africana na Somália (Amisom), não tinham helicópteros, sistemas de visão noturna e carros blindados e estavam vulneráveis às armas do grupo terrorista al-Shabaab. Ele disse que este é o momento de olhar para um caminho previsível para financiar a operação de paz e que vai analisar contribuições fixas para viabilizar pelo menos uma parte dos esforços da Amisom.
Leia mais:
Polarização é palavra do ano de 2024 para dicionário Merriam-Webster
Olimpíadas e chuvas no Sul dominaram as buscas do Google em 2024
2024 é o ano mais quente da história da humanidade, calcula observatório Copernicus
Kate Middleton fala do câncer pela primeira vez
Guterres lembrou que os combates continuam a arrasar a Somália, país marcado pela impunidade em "violações dos direitos humanos e do direito internacional humanitário". Ele destacou que o al-Shabaab recruta e explora crianças detidas arbitrariamente e revelou profunda preocupação com a violência sexual generalizada, onde os mais vulneráveis são mulheres e meninas deslocadas e membros de clãs minoritários. Para Guterres, todos precisam de proteção urgente.
O chefe da ONU disse que um acordo histórico entre os líderes políticos somalis lançou bases para a Arquitetura de Segurança Nacional da Somália e que se deve apoiar melhor o Pacto de Segurança e as instituições de segurança somalis. Falando do treinamento da polícia e do exército nacional, ele afirmou que é preciso superar a falta de coordenação e "ter um único programa de formação de soldados e da polícia a ser feito pelas instituições somalis".
O evento em Londres foi marcado pela apresentação do primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento da Somália em 35 anos. Guterres disse esperar que se veja em breve um país capaz de recolher impostos, ter a sua própria polícia e forças de segurança, oferecer serviços básicos e garantir a segurança dos seus cidadãos. E pediu que todos ajudem a fazer desta visão uma realidade.