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Sínodo da Amazônia

Papa decide vetar políticos com mandato entre convidados do Sínodo da Amazônia

Felipe Frazão - Agência Estado
03 set 2019 às 08:04

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- Shutterstock
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A um mês da realização do Sínodo da Amazônia, marcado para outubro em Roma, o Vaticano prepara a lista final de convidados especiais do papa Francisco para participar das discussões sobre a floresta tropical, com veto à participação de políticos com mandato.

"Não virão políticos com mandato, nem militares. Não participarão", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o cardeal d. Cláudio Hummes, relator-geral do Sínodo, nomeado pelo pontífice.

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O governo brasileiro havia manifestado, por vias diplomáticas e pelas Forças Armadas, o interesse de ter voz na assembleia mundial de bispos dedicada a discutir problemas socioambientais nos nove países "panamazônicos" e a presença católica na região. O presidente Jair Bolsonaro considera que há "muita influência política" no Sínodo.

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O papa abriu espaço para convidados não religiosos, os chamados auditores e peritos, e deve convidar personalidades mundiais, cientistas e ambientalistas para participar das consultas de aconselhamento. "O papa fala muito da necessária fundamentação científica", afirmou d. Cláudio.

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Um dos nomes brasileiros na lista é o do climatologista Carlos Nobre. Ele participará das primeiras atividades do Sínodo, que ocorrerá entre os dias 6 e 27 de outubro.


Futuro

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Há cerca de duas semanas, Nobre recebeu o convite oficial por e-mail do Vaticano. A lista completa ainda é mantida em sigilo pela Santa Sé, que aguarda as confirmações. Além de aproximadamente 250 bispos, farão parte da assembleia outras lideranças católicas, como padres e leigos, e representantes de povos indígenas.


Engenheiro eletrônico formado no ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) e doutor em Meteorologia pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos EUA, Nobre é um dos mais respeitados especialistas em mudanças climáticas do País. Foi pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), além de ter passado por cargos de gestão em órgãos federais durante os governos do PT.

Para ele, a iniciativa do papa "reflete a enorme preocupação global com o futuro da Amazônia". "Essa preocupação é amparada, em escala nacional, na forte oposição da sociedade como um todo ao desmatamento da Amazônia e, em escala regional, na necessidade de ouvir o anseio das comunidades indígenas e de outros povos da floresta que querem preservar os seus valores", disse o pesquisador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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