Uma citação considerada anti-islâmica feita pelo papa Bento 16 durante uma conferência na Alemanha suscitou críticas e medidas de precaução nos países muçulmanos. Líderes religiosos na Turquia e no Paquistão disseram que o sumo pontífice católico foi "irresponsável" ao dar uma palestra sobre religião e violência na Universidade de Regensburg, na terça-feira (12). a notícia foi divulgada pela BBC Brasil.
Falando de guerra santa, o papa citou o Manuel 2º, Imperador cristão ortodoxo que na Idade Média dominava Bizâncio, área que compreende a atual Turquia.
"Mostre-me tudo o que Maomé trouxe de novidade, e encontrarás apenas coisas más e desumanas, como sua ordem de espalhar com a espada a fé que ele pregava", teria dito o imperador católico, segundo Bento 16.
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O papa alemão disse e repetiu que apenas citava palavras que não eram suas, e acrescentou que a violência é "incompatível com a natureza de Deus e da alma".
Protestos - Mesmo assim, as palavras da maior autoridade católica geraram reações no mundo islâmico. O acadêmico paquistanês Javed Ahmed Gamdi disse que a jihad, ou guerra santa, não era o mesmo que "espalhar com a espada" a religião islâmica.
No lado indiano da Caxemira, na fronteira com o Paquistão, a polícia apreendeu cópias de um jornal que reproduzia os comentários do papa, em medida de precaução para evitar tensões.
Já o líder religioso turco Ali Badda Kolu afirmou que os comentários de Bento 16 refletiam "um ponto de vista repugnante, hostil e preconceituoso", e afirmou esperar que as palavras não espelhassem "ódio no coração" do papa. Ali Badda Kolu declarou que muçulmanos jamais difamariam a Bíblia ou Jesus Cristo em eventuais críticas ao Cristianismo.
Bento 16 deve visitar a Turquia em novembro, e seus comentários vieram no momento errado, disse a correspondente da BBC em Istambul, Sarah Rainsford. O porta-voz do Vaticano, padre Frederico Lombardi, disse não acreditar que as palavras do papa fossem uma crítica ao Islamismo.