O papa Francisco pediu hoje (6) que os bispos venezuelanos façam o possível para estabelecer pontes entre o governo do presidente do país, Nicolás Maduro, e a oposição visando solucionar a crise interna, informou a Conferência Episcopal da Venezuela.
Ela publicou uma carta que o papa enviou aos bispos venezuelanos. No documento, Francisco se solidariza com as "dificuldades" que todos estão atravessando e agradece pela "contínua luta em evitar qualquer forma de violência, em respeitar os direitos dos cidadãos e em defender e promover a dignidade humana e os direitos fundamentais".
"Igual aos senhores, estou convencido de que os grandes problemas da Venezuela só podem ser solucionados se houver vontade de estabelecer pontes, de dialogar seriamente e de cumprir com os acordos firmados. Exorto-lhes a continuar fazendo o máximo necessário para que esse caminho seja possível", diz a carta.
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Dor e violência
O papa afirmou que segue preocupado com a situação do povo venezuelano e expressou uma "profunda dor pelos enfrentamentos e pela violência". Nos últimos dias, 37 pessoas morreram e mais de 700 ficaram feridas em uma onda de protestos que tomou as ruas do país.
"A violência não ajuda a solucionar os problemas, só provoca mais sofrimento e dor", afirmou o papa, agradecendo as iniciativas dos bispos para fomentar a generosidade e a solidariedade entre os venezuelanos.
"Queridos irmãos, quero animá-los para que não permitam que os amados filhos da Venezuela se deixem vencer pela desconfiança ou a desesperação, pois essas são doenças que penetram no coração das pessoas quando não veem perspectivas de futuro", conclui a carta.
No último dia 30 de abril, Francisco já tinha pedido ao governo e à sociedade venezuelana para colocar fim aos episódios de violência. Além disso, o papa destacou a necessidade de soluções negociadas e o respeito aos direitos humanos no país.