O jornal americano Washington Post traz em sua edição desta quarta-feira (20) um artigo que comenta a "política punitiva fracassada" dos Estados Unidos em relação a Cuba e que diz que o Brasil poderá ser uma alternativa à dependência de Cuba da Venezuela.
O artigo, intitulado "Nossa fracassada política de punição" e assinado pela pesquisadora do Lexington Institute Anya Landau French, cita o Brasil como exemplo de países que, ao contrário dos Estados Unidos, optaram por manter relações construtivas com Cuba e poderiam se beneficiar com isso.
"Alguns países amigos dos Estados Unidos já se adiantaram. A Espanha começou um diálogo sobre direitos humanos em Cuba. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que recentemente ofereceu a Cuba uma linha de crédito de US$ 1 bilhão dá à ilha uma alternativa possível à sua dependência no presidente venezuelano Hugo Chávez."
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"Hoje, Venezuela, China, Canadá, Espanha e Brasil têm presença robusta na ilha", continua o artigo, defendendo que o próximo presidente americano retome algum tipo de relação com a ilha para não ficar a ver navios. "O próximo presidente americano tem uma escolha pela frente: Continuar uma política para Cuba enraizada nas sanções ineficientes, ou criar uma política americana para novas possibilidades."
O artigo diz que a renúncia do presidente cubano Fidel Castro, em seus próprios termos, anunciada na terça-feira, demonstrou que "os esforços dos Estados Unidos para isolar o país e derrubar seu governo socialista fracassaram".
Segundo a autora, tratar Cuba com a proposição "ou tudo ou nada" não trouxe nada aos Estados Unidos, nem em termos de interesse, nem em termos idealísticos.
Ela ainda aconselha medidas para que o próximo presidente americano aumente a influência do país em Cuba em nome da segurança nacional do país: "diminuir o fluxo de imigrantes ilegais, aumentar a segurança em torno da base americana de Guantánamo, impedir nas águas territoriais cubanas o trânsito de traficantes de drogas que seguem para os Estados Unidos e proteger a costa da Flórida de danos ambientais causados pela exploração estrangeira de petróleo nas águas cubanas."
"O diálogo nessas questões de segurança poderia levar a resultados diretos e à construção de contatos e confiança que poderiam colocar a próxima administração americana em posição de avançar mais eficientemente em outros interesses."
BBC Brasil