Poucas horas antes do papa Bento XVI desembarcar no Brasil, nesta quarta-feira (09), e proferir um discurso em defesa do "respeito à vida desde a concepção", o ministro da Saúde, José Gomes Temporão voltou a falar sobre a legalização do aborto no Brasil.
Durante a tarde ele participou de audiência pública da Comissão de Assuntos Sociais do Senado para prestar informações sobre os programas do ministério. Na ocasião, Temporão defendeu a idéia de que o machismo e o preconceito têm atrapalhado a discussão sobre a legalização do aborto no País. Para ele, as mulheres têm que ser ouvidas, pois são elas que sofrem com o problema, mas as normas, as leis e o julgamento são feitos por homens. "Se fossem os homens que engravidassem, eu tenho certeza de que essa questão já estaria resolvida há muito tempo", disse o ministro.
Ele ressaltou que a posição do governo federal sobre o aborto é que deve ser tratado como uma questão de saúde pública. "As discussões no campo da filosofia, da ética, da religião e da moral são legítimas, mas o ministro tem que estar focado na questão da saúde pública", afirmou. Ele considera fundamental fazer uma "abordagem séria, delicada e respeitosa" sobre o tema, para que se possa estabelecer um diálogo e a sociedade possa estar bem informada para poder opinar e se posicionar.
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O ministro disse que cabe ao Congresso Nacional definir se o tema será resolvido por uma lei complementar ou por meio de consulta pública à população. E defendeu que o aborto deve ser discutido em um contexto amplo de educação sexual e planejamento familiar.
Questionado se teria medo de ser excomungado pela Igreja Católica, da mesma forma que aconteceu com políticos mexicanos que defendem o aborto, Temporão reafirmou sua formação católica e disse que essa é uma questão de fé particular de cada um.