O Paraguai não aceitará a decisão do Mercosul de suspendê-lo provisoriamente do bloco sul-americano e vai buscar caminhos para reverter a medida, segundo comunicado emitido pelo Ministério das Relações Exteriores paraguaio.
De acordo com a chancelaria paraguaia, a suspensão aprovada pelos presidentes do Brasil, Uruguai e da Argentina descumpre artigo do Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático no Mercosul, que prevê consultas a um país denunciado. "A decisão adotada precisa de validez formal e material. O governo do Paraguai promoverá ações para torná-la sem efeito", diz o comunicado.
A chancelaria reforça que não houve ruptura democrática no Paraguai com a destituição de Fernando Lugo como presidente do país. Os paraguaios criticam ainda os integrantes do Mercosul por terem aprovado ontem (29), em Mendoza, na Argentina, a entrada da Venezuela como sócio pleno do bloco, sem o aval do Paraguai. Dos quatro membros permanentes, somente o Congresso paraguaio não tinha aprovado o ingresso dos venezuelanos.
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O novo presidente do Paraguai, Federico Franco, ironizou a suspensão do país do Mercosul e também da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) ao dizer que seu país vai economizar dinheiro ao deixar de ir às cúpulas dos dois blocos regionais.
O Paraguai está impedido de participar das atividades dos dois blocos até as novas eleições gerais no país, marcadas para abril de 2013. A suspensão foi uma resposta ao processo de impeachment de Fernando Lugo, que vem isolando o Paraguai na região. As nações vizinhas questionaram a rápida velocidade com que os deputados e senadores aprovaram a destituição de Lugo da Presidência. Franco, que era vice de Lugo, assumiu o comando do governo. O Partido Liberal, ao qual Franco é filiado, rompeu a aliança com o governo de Lugo.