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Com os governos

Pesquisa aponta que latinos estão mais exigentes

BBC Brasil
28 out 2011 às 19:17

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Os latino-americanos, incluindo os brasileiros, estão mais exigentes com seus governos e com os serviços prestados pelo setor privado. A conclusão é da pesquisa da ONG Latinobarómetro, divulgada nesta sexta-feira (28), em Santiago do Chile.

Com a queda nos índices de pobreza, o surgimento de uma nova classe média e o maior nível de educação das novas gerações, os habitantes da América Latina "ficaram mais exigentes", segundo afirmaram à BBC Brasil a diretora da ONG, Marta Lagos, e o pesquisador da entidade, Carlos Macuada. O levantamento foi realizado em dezoito países da região.

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"As novas gerações têm maior nível de educação em relação à geração anterior. Também conhecem seus direitos e acham que o governo não corresponde (a suas demandas)", diz Macuada.

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O estudo mostra que quatro de cada dez latino-americanos têm um nível de educação superior ao dos antepassados.

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Democracia


De acordo com a ONG, a satisfação com a democracia também tem regredido na região.

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"O apoio à democracia caiu na região de 61% em média a 58%, depois de quatro anos de crescimento", diz o relatório. Segundo Marta Lagos, "os habitantes da América Latina voltaram a ligar a democracia com o que ocorre com as economias dos países".


Por causa disso, a desaceleração econômica provocada pela crise é uma das razões apontadas pelo documento como causa na baixa da aprovação à democracia.

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No quesito "grau de eficiência do Estado", segundo os entrevistados na pesquisa, o Brasil acompanha a média da América Latina (5,3, numa escala de zero a dez).


O relatório mostra ainda que 72% dos brasileiros confiam na capacidade do Estado de "solucionar os problemas" de delinquência, narcotráfico, pobreza e corrupção. A confiança é maior apenas entre argentinos e uruguaios.

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Ainda assim, a média da confiança dos latino-americanos no governo caiu de 45% para 40% entre 2010 e 2011. No Brasil este índice foi de 39% em 2011.


O estudo aponta ainda que a confiança na Igreja e nas Forças Armadas também está em queda na região.

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Ônus e bônus


Entre os brasileiros, 26% dos entrevistados disseram que a política pública que mais os beneficiou foi a de educação.

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No Chile, que vive uma série de protestos estudantis, apenas 9% escolheram a educação ao responder a pergunta.


No entanto, os brasileiros apontaram a saúde pública como o principal problema. No Brasil, 47% se disseram mais satisfeitos com os serviços privatizados do que com os oferecidos pelo setor público. No Equador esse percentual é de 48% e na Bolívia, de 45%.


Cerca de 56% dos latino-americanos também considera que o caminho para o desenvolvimento passa pela economia de mercado. No Brasil, esse índice é de 58%.


Cumprir obrigações


O Brasil aparece na pesquisa como "o único país da região" onde existem mais cidadãos dispostos a "cumprir suas obrigações do que a exigir seus direitos".


Os brasileiros também voltaram a ser apontados como os mais otimistas da América Latina, seguindo o padrão observado nos levantamentos anteriores.


"O Brasil é o único país onde a maioria dos entrevistados (54%) espera que nos próximos doze meses aumente a renda familiar e onde se registra o maior índice de otimismo (64%) em relação a sua situação econômica", diz o documento.

Brasil e Equador são, ainda, os países mais tolerantes com a pirataria. O documento diz também que, de um modo geral, aumentou a "percepção de que os cidadãos cumprem a lei" na região. O percentual passou de 27% em 2010 para 31% em 2011.


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