A Petrobras retoma investimentos no gás natural boliviano. O acordo firmado ontem (17), em La Paz, prevê aporte de US$ 750 milhões a US$ 1 bilhão da empresa e de seus sócios na exploração e no desenvolvimento de reservas em três campos da estatal local, a Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos (YPFB). A maior parte poderá ser vendida a preços superiores aos praticados na Bolívia.
O presidente da estatal brasileira, José Sérgio Gabrielli, explicou que o acerto foi feito da seguinte forma: para os projetos futuros, a Petrobras se compromete a vender 18% da produção para o mercado interno, o que implica um preço de cerca de US$ 1 por milhão de BTU, segundo as leis locais. Acima disso, segundo ele, o valor pode ser "diferenciado".
O preço no mercado internacional é bem mais alto. A Argentina, por exemplo, chega a pagar cerca de US$ 5 por milhão de BTU.
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Mas a forma como o dinheiro será investido é incerta, vai depender do resultado das explorações, disse Gabrielli. De concreto, por enquanto, há US$ 260 milhões para aumentar a produção dos campos de San Antonio e San Alberto e US$ 36 milhões para iniciar perfurações em Ingre.
O restante vai depender de "resultados exploratórios, análises específicas de cada campo, que podem ocorrer dentro desse volume [de até US$ 1 bilhão]", segundo o presidente da Petrobras.
Quanto ao aumento que será gerado na produção de gás no país vizinho, Gabrielli afirmou que é provável que seja de 8 milhões de metros cúbicos por dia. "Mas não posso afirmar", ponderou.
O presidente da Petrobras afirmou que não vê risco no novo empreendimento por causa dos desentendimentos ocorridos quando a Bolívia nacionalizou os recursos naturais e ocupou refinarias. "Evidentemente que as mudanças no ambiente regulatório boliviano tiveram negociações bastante duras, mas no âmbito das condições regulamentares existentes, por isso não acreditamos que haja algum risco em relação ao que já aconteceu."
Ele negou que haja qualquer ressentimento: "Nessas relações, não há por que ter ressentimento. Você discute condições legais, econômicas e políticas. Não são questões pessoais".
No âmbito do acordo energético, a Petrobras se compromete a pagar US$ 100 milhões a US$ 180 milhões a mais pelos gases líquidos (nobres) contidos no gás natural importado da Bolívia desde maio de 2007.
As informações são da Agência Brasil.