Um tripulante de um cargueiro egípcio morreu no Pará, provavelmente vítima do antraz, após abrir uma mala que ia para o Canadá e continha a substância, informou a Polícia Federal.
Um assessor de imprensa da PF no Pará disse nesta segunda-feira que a autópsia no corpo do egípcio Ibrahim Saved Soliman Ibrahim, feita pelo Instituto Médico Legal de Belém, mostrou que ele morreu após vomitar, sofrer hemorragia interna e falência múltipla dos órgãos.
"Ele foi vítima do antraz", disse o agente da PF Fernando Sérgio Castro, estimando em 90 por cento a possibilidade do diagnóstico preliminar ser confirmado.
Leia mais:
2024 é o ano mais quente da história da humanidade, calcula observatório Copernicus
Kate Middleton fala do câncer pela primeira vez
ONU vê militarização de escolas como ameaça ao direito de ensino
Pantone declara 'Mocha Mousse', marrom suave e evocativo, como a cor do ano 2025
Ibrahim morreu em 11 de abril, no hotel em que se hospedava em Porto Trombetas, no município de Oriximiná, a mil quilômetros de Belém. Profissionais da área de saúde que encontraram o corpo foram hospitalizados depois de ficarem doentes, mas estão fora de perigo.
O marinheiro havia viajado do Cairo para o Brasil para se juntar à tripulação do navio Wabi Alaras, que transportaria bauxita da Amazônia para o Canadá. "Acreditamos que se trate de bioterrorismo, e que o Brasil tenha sido usado apenas como ponto de passagem", disse Castro.
Ibrahim morreu antes que o navio zarpasse para o Canadá.
Todos os tripulantes foram colocados de quarentena pelas autoridades locais na semana passada, após um alerta feito pela Interpol.
Castro disse que Ibrahim recebeu a mala contaminada por antraz no Cairo, das mãos de uma pessoa não-identificada. O volume deveria ser entregue a alguém no Canadá.
Segundo o agente, Ibrahim provavelmente não sabia que o conteúdo era nocivo, pois nessa hipótese jamais teria aberto a mala. "Ele abriu porque estava curioso", disse.