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Folha de Londrina

Portas de supermercado no paraguai foram fechadas

Hugo Ruiz Olazar
03 ago 2004 às 01:09

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Um menino de quatro meses (foto), encontrado no chão do estabelecimento, foi salvo por um bombeiro. - France Presse
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Assunção - O Paraguai decretou nesta segunda-feira três dias de luto pelas vítimas do incêndio que atingiu domingo um hipermercado localizado num shopping center de Assunção e deixou pelo menos 340 mortos. As autoridades deram início às investigações para determinar as causas da tragédia e o dono do supermercado foi preso, acusado de homicídio culposo por ter ordenado que as portas do estabelecimento fosse fechadas para impedir a saída dos clientes.
Corpos calcinados espalhados pelo chão, com algumas vítimas abraçadas umas às outras, foram encontrados pelos bombeiros, que procediam com empenho os trabalhos de busca. ''Continuamos a tirar corpos da praça de alimentação, do frigorífico e do depósitos, e supostamente tratam-se de funcionários do shopping'', informou Santiago Velazco, chefe de Relações Públicas da polícia.
A maioria dos mortos não foi identificada e este trabalho está sendo realizado no Comando do Exército, localizado a umas vinte quadras do local.
O promotor-geral do Estado, Oscar Latorre, disse poder assegurar que as portas do shopping foram fechadas assim que o incêndio foi declarado. ''Estamos reunindo todas as evidências possíveis para realizar as acusações correspondentes. O dono do supermercado, Juan Pío Paiva, está preso e será indiciado por homicídio culposo.
O porta-voz do Corpo de Bombeiros Voluntários, Roque González, confirmou que as portas do edifício estavam fechadas quando suas unidades chegaram ao local. Ele contou que um segurança do supermercado Ycuá Bolanos atirou em um bombeiro voluntário que tentava abrir a porta principal.
Velazco disse que pelo menos 20 testemunhas afirmam que os responsáveis pelo estabelecimento comercial fecharam as portas com cadeados para que ninguém saísse sem pagar, mesmo em meio ao fogo. ''A maioria morreu por inalação de gás tóxico. Possivelmente as queimaduras foram posteriores. Se os tivessem deixado sair, isso não teria acontecido'', disse o capitão dos Bombeiros, Hugo Onieva.
Paiva, que negou a acusação. ''Isto não é verdade. Todos os que puderam sair o fizeram. É uma tragédia'', afirmou Paiva. Fernando José Sánchez, 21 anos, contou à imprensa que testemunhou as portas serem bloqueadas pelos seguranças, para impedir que as pessoas saíssem sem pagar. ''Eles são uns criminosos. Meu irmão está desaparecido. Meu pai levou um corpo que parecia com meu irmão, mas, no necrotério, nos demos conta de que não era ele'', contou, aos prantos.
O incêndio supostamente aconteceu por causa da explosão de tanques de gás industriais. O fogo se espalhou rapidamente e consumiu o hipermercado em praticamente meia hora, quando cerca de 700 pessoas faziam compras ou comiam na praça de alimentação, num horário muito concorrido.
Algumas versões de órgãos de comunicação atribuídas a fontes militares não identificadas chegaram a citar a possibilidade de um carro-bomba no estacionamento subterrâneo como causa da tragédia.
O presidente Nicanor Duarte decretou luto nacional de três dias pelas vítimas. ''É um momento de muita dor. Viemos aqui para dar um pouco de ânimo às pessoas, tanto aos familiares como aos policiais e bombeiros que estão trabalhando para reduzir a magnitude desta desgraça'', disse.
O ministro da Saúde, Roberto Velázquez, afirmou, no entanto, que a situação em termos de atendimentos nos hospitais estava sob controle e agradeceu a ajuda enviada pelos países vizinhos.
A Argentina enviou um avião Hércules C-130 com equipe médica e medicamentos. O Uruguai também enviou médicos e equipamentos e o México e vários governos da Europa ofereceram ajuda através da chancelaria.
O Brasil enviou um avião da FAB com equipe médica e outros equipamentos e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também colocou à disposição dos feridos paraguaios os hospitais brasileiros especializados em queimaduras e em pacientes com politraumatismo.
A Unicef anunciou o envio de aparelhos de respiração artificial. Na Cidade do Vaticano, o Papa João Paulo II recebeu 'com profundo pesar a notícia do incêndio', enviando um telegrama de condolências às famílias das vítimas.
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