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Apesar de apelo

Presidente da Indonésia afirma que manterá execuções no país

Agência Estado
27 jan 2015 às 14:16

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O presidente da Indonésia, Joko Widodo, afirmou à rede CNN nesta terça-feira, 27, que não pretende abolir a pena de morte em caso de tráfico de drogas, apesar da pressão da comunidade internacional. Desde que assumiu o cargo, em outubro de 2014, seis prisioneiros foram executados por fuzilamento, dentre eles dois estrangeiros - o brasileiro Marco Archer e um holandês. O chefe de Estado indonésio não acatou pedidos de clemência vindos das duas nações, o que motivou Brasil e Holanda a chamar de volta do país asiático seus embaixadores, em sinal diplomático de insatisfação. A Austrália ameaça fazer o mesmo se não for dada clemência a dois cidadãos seus que estão presos por tráfico.

"A Indonésia está em alerta para a urgência do combate às drogas, por isso precisamos de algo que seja firme e as nossas leis inda permitem a pena de morte. Esse tipo de decisão cabe à corte judicial. É possível pedir anistia ao presidente, mas eu digo que não haverá anistia para traficantes", afirmou Widodo, em entrevista dada em Jacarta, capital do país.

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O presidente justificou sua posição alertando para as graves consequências do uso de entorpecentes em seu país. "Imagine que todo dia 50 pessoas morrem por causa do uso de drogas. Em um ano, são 1800 pessoas morrem por isso. Nós não vamos nos comprometer com traficantes. Sem compromisso", sentenciou o mandatário, despreocupado com o descontentamento de outros países. "1800 pessoas morrem por ano por causa de narcóticos. Eu te pergunto, não é mais perigoso?", questionou Widodo.

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Entre 2009 e 2014, o único ano em que prisioneiros foram executados na Indonésia foi em 2013, quando cinco mortes foram aplicadas. A pena capital não era tão usada quanto em 2015 desde 2008, quando dez pessoas foram mortas. Instrutor de voo, o carioca Marco Archer Cardoso Moreira foi preso em 2004 ao tentar ingressar em Jacarta com 13 quilos de cocaína. Após ver seu pedido de anistia para o brasileiro negado, a presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou em nota estar "consternada e indignada" e que o caso "afeta gravemente" a relação entre os países.

Aos 53 anos, Archer foi o primeiro brasileiro a morrer executado em outro país, destino que pode ser o mesmo do paranaense Rodrigo Gularte, também condenado à morte por tráfico de drogas e que aguarda cumprimento da sentença. Preso há 11 anos após tentar entrar em Jacarta com seis quilos de cocaína, Gularte recentemente foi diagnosticado com esquizofrenia e é nisso que sua defesa aposta para tentar livrá-lo da execução. Dois pedidos de clemência feitos por Dilma já foram negados por Widodo, e a mãe do prisioneiro, Clarisse Gularte, pedirá e intervenção do papa Francisco.


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