Mais dois integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram presos, na madrugada desta terça-feira, suspeitos de terem matado, há nove dias, o trabalhador rural Francisco Nascimento de Souza, de 27 anos.
Com eles foram apreendidas cinco armas, uma espingarda e quatro revólveres calibre 38. Eles são do mesmo assentamento de Souza, o Nossa Senhora Aparecida, em Mariluz (35 km a sudeste de Umuarama). Na última sexta-feira foram presos outros três suspeitos, em Umuarama, também do MST.
Com a prisão de Márcio da Silva Dutra, de 28 anos, e Vilson da Lima Roque, de 32 anos, o enfoque das investigações muda. Segundo o delegado Roberto Penteado, de Cruzeiro do Oeste (25 km a leste de Umuarama), existe a suspeita de que todos eles, inclusive Souza, estariam envolvidos com uma quadrilha de roubo de carros.
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O motivo do crime poderia ser um acerto de contas. Com um dos detidos na última sexta-feira, Leandro Marques Mendonça, estaria um carro roubado em Campo Mourão.
Para o delegado, os suspeitos estariam se fazendo passar por trabalhadores rurais e o motivo do homicídio pode não ter relação com o assentamento ou divergências internas entre os assentados. ''Os suspeitos eram bastante ligados à vítima e possivelmente estão se fazendo passar por trabalhadores rurais. Estamos investigando a informação de que participavam de um grupo de roubo de carro'', afirmou.
Souza foi morto com oito tiros de armas de calibres 380 e 765. Logo depois do homicídio, a coordenação estadual do MST vinculou o fato a existência de uma suposta lista de integrantes do movimento marcados para morrer. Segundo o MST a lista teria sido feita por fazendeiros da região Noroeste do Estado, que repudiaram a acusação.
Com a prisão dos primeiros suspeitos, a coordenação do MST divulgou uma nota em que apontou a infiltração de pessoas ligadas ao crime organizado nos acampamentos e assentamentos, como uma estratégia de latifundiários. Hoje, a Folha procurou vários coordenadores estaduais do MST mas seus telefones celulares estavam desligados.