Pressionada por denúncias de irregularidades, acusada de fraude processual, com sigilos quebrados e desgastada, Denise Maria Ayres de Abreu, 45, apresentou nesta sexta-feira renúncia, ''em caráter irretratável'', ao cargo de diretora de Serviços Aéreos e Relações com Usuários da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Em carta ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, ela alegou ''motivos pessoais'', que seriam explicados diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Porém, a Folha apurou que influiu na decisão de Denise a ação cautelar apresentada à Justiça hoje à tarde pelo Ministério Público Federal, em São Paulo, pedindo o afastamento dela por 60 dias. A rapidez com que pessoas ligadas à Anac ficaram sabendo da ação ilustra isso.
De acordo com funcionários da Procuradoria, a ação foi distribuída às 14h47. Minutos depois, quando a procuradora Inês Virgínia Prado Soares, autora da ação, se reuniu com o juiz da 5 Vara Federal Cível, Ricardo Rezende, que irá julgar o pedido, ela ficou sabendo que pessoas ligadas a Denise Abreu já haviam entrado em contato com o magistrado para saber detalhes da ação.
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Segundo a procuradora, o pedido de afastamento buscava evitar que a diretora atrapalhasse a investigação sobre a denúncia de que teria entregue à Justiça Federal uma ''falsa norma'' de segurança para impedir restrições à operação de alguns aviões em Congonhas.