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Fim do drama

Primeiro destino de mineiros após resgate será hospital

BBC Brasil
12 out 2010 às 16:44

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O hospital da cidade chilena de Copiapó entrou em estado de alerta e alterou sua rotina para receber os 33 trabalhadores soterrados em uma mina que devem começar a ser resgatados nesta terça-feira.

O local será o primeiro destino dos mineiros que passaram mais de dois meses em um abrigo a quase 700 metros de profundidade, desde o desabamento ocorrido no dia 5 de agosto na mina de San José.

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No hospital, os preparativos incluem reforço nos turnos de enfermeiros, especialistas e clínicos gerais, além de janelas bloqueadas para que a luz do sul não prejudique os olhos dos mineiros.

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Dentro de algumas horas, o hospital e seus arredores devem se transformar com a chegada não apenas dos mineiros resgatados, mas também de centenas de pessoas e jornalistas.

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Já foram instaladas barreiras nas ruas e a entrada dos mineiros será pela porta traseira do prédio, em uma entrada de ambulâncias distante da vista de todos.


Helicópteros

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Os mineiros vão chegar ao hospital depois de uma viagem de helicóptero, que deve durar entre nove e 12 minutos, e de um curto trajeto de ambulância. A distância entre a mina e o hospital é de 45 quilômetros.


Em uma simulação organizada pelo governo chileno, da qual participaram os seguranças do hospital e uma escolta de uma dezena de policiais, a operação total demorou 23 minutos.

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Mas as autoridades também levam em conta a possibilidade da neblina, típica da região, que poderia dificultar o transporte aéreo dos mineiros e obrigar as autoridades a levar os trabalhadores por terra.


Os mineiros chegarão ao hospital de cadeiras de roda, outros devem chegar ao hospital em macas, e outra parte do grupo deve chegar caminhando.

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Nos corredores do hospital foram colocados cartazes de boas-vindas para os mineiros, que deverão ser atendidos nos andares superiores do prédio, com "tratamento VIP", de acordo com uma das médicas.


"(Os trabalhadores) estarão distribuídos entre os oito quartos do segundo andar, que têm duas camas cada um, e a Unidade de Cuidados Especiais do terceiro andar, que, originalmente tinha dez camas, mas foi reformada para receber 17 leitos", afirmou o porta-voz do hospital, Abel Olmos Sarria.

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Nestes dois andares, os mineiros vão receber visitas de médicos e familiares, com mais frequência que os pacientes comuns.


Pulmões e olhos

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Os médicos vão fazer uma série de exames assim que os trabalhadores chegarem ao hospital, entre eles radiografias, avaliações odontológicas, exames de pele e de laboratório, para tentar verificar os danos causados pelos mais de dois meses de confinamento.


Mas, os especialistas já esperam problemas de pele e respiratórios entre os trabalhadores. Muitos deverão se submeter a um programa de exercícios para recuperar a massa muscular perdida (que deverá girar em torno de 10%).


"Alguns deles tem doenças crônicas que poderão sair de controle neste último período de resgate e, com isso, me refiro a diabetes, hipertensão ", disse o ministro da Saúde, Jaime Mañalich, em entrevista à BBC.


"Alguns apresentaram doenças novas desde que estão na mina, principalmente infecções por fungos, devido à umidade", acrescentou.


Hipertensão


Os especialistas também temem as consequências da própria operação de resgate para a saúde dos mineiros, já que a subida dentro da cápsula Fênix pelos 630 metros poderia levar a quadros de hipertensão (pela velocidade da viagem) ou trombose pulmonar ou venosa.


Para evitar estes problemas, os trabalhadores estão recebendo doses de aspirina desde sábado, de acordo com Mañalich.


Outro problema que os mineiros também poderão apresentar será nos olhos, como a sensibilidade à luz, e, por isso, as janelas do hospital estão bloqueadas.


"Poderão ter irritação ocular, mas, acho que é pouco provável que tenham problemas graves ou irreversíveis", disse o chefe do setor de Oftalmologia do hospital, Luis Salinas


O grupo vai permanecer em observação durante 48 horas, incluindo os que estiverem em bom estado de saúde. Depois de sair do hospital, o governo chileno prometeu acompanhamento psicológico de, no mínimo, seis meses.

O grupo de trabalhadores também receberá a recomendação para ficar atento a sintomas que poderiam aparecer no longo prazo, desde a tuberculose até o estresse pós-traumático.


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