O primeiro-ministro do Timor Leste, Mari Alkatiri, renunciou ao cargo nesta segunda-feira. De acordo com a Agência Lusa, o presidente do país, Xanana Gusmão, aceitou a demissão e convocou uma reunião do Conselho de Estado para terça-feira.
Na semana passada, Gusmão ameaçou demitir-se caso o primeiro-ministro não o fizesse. Ele acusava Alkatiri e seus aliados políticos de agir para desestabilizar o país.
Em meio à crise, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Ramos Horta, pediu afastamento do cargo no último final de semana, assim como o ministro dos Transportes, Ovideo Amaral, o ministro da Educação, Armindo Maia, e o vice-ministro da Saúde, Luís Lobato.
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Esta semana, uma missão diplomática brasileira deverá ser enviada ao país. Segundo a assessoria do Ministério das Relações Exteriores, a viagem ocorrerá até sexta-feira. No Timor, os diplomatas devem buscar informações sobre os recentes conflitos e oferecer ampliação das parcerias com o governo timorense.
A crise na ex-colônia portuguesa foi desencadeada pela demissão de 600 militares do Exército. No dia 28 de abril deste ano, eles organizaram uma manifestação que acabou em confronto com a polícia. A partir de então, a Organização das Nações Unidas (ONU) registrou embates freqüentes, com a morte de pelo menos 37 pessoas.
Os governos da Austrália, Portugal, Nova Zelândia e Malásia enviaram tropas para ajudar na estabilização do país. O Brasil já participa com representante de uma missão da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Na semana passada, o presidente do Timor Leste, Xanana Gusmão, ameaçou pedir demissão caso o primeiro-ministro Mari Alkatiri não deixasse o cargo. Gusmão acusa o Alkatiri e seus aliados políticos de apoiar os confrontos. O partido do primeiro-ministro (Fretlin) nega a ação e não aceita o afastamento de Alkatiri.
Cerca de 150 brasileiros moram no Timor Leste. A maioria deles atua nos programas de cooperação, em áreas como cultura, saúde e educação.
Agência Brasil