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Preferem morrer

Prisioneiros pedem volta da pena de morte na Itália

BBC Brasil
01 jun 2007 às 08:25

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Centenas de prisioneiros condenados à prisão perpétua na Itália pediram ao presidente Giorgio Napolitano a restituição da pena de morte. O pedido foi feito em uma carta publicada nesta quinta-feira (31) no jornal italiano La Repubblica.

Existem quase 1,3 mil prisioneiros condenados à prisão perpétua na Itália, cerca de duzentos deles já cumpriram mais de 20 anos.

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Segundo as leis italianas, esses condenados só têm chance de sair da cadeia através do direito a curtos períodos de liberdade depois de cumprir dez anos e uma eventual libertação - condicional - depois de 26 anos de boa conduta na prisão.

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Lobby

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Segundo o correspondente da BBC em Roma, Christian Fraser, a Itália tem estado à frente de campanhas pelo fim da pena de morte no mundo.


Desde 1999 o Coliseu é iluminado cada vez que uma sentença de pena de morte é executada ao redor do mundo ou quando um país extingue a pena de morte.

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Fraser afirma que a Itália tem feito lobby junto ao Conselho de Segurança da ONU para a análise de uma proposta de moratória global para a pena de morte.


Mas, entre alguns dos prisioneiros do país que estão cumprindo penas há mais tempo, existe o desejo pela volta da pena capital.

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A carta enviada ao presidente foi escrita pelo mafioso condenado à prisão perpétua Carmelo Musumeci, de 52 anos. Ele está preso há 17 anos.


A carta também foi assinada por outros 310 prisioneiros e, nela, Musumeci afirma que está cansado de morrer aos poucos a cada dia.

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"Queremos morrer de uma vez e estamos pedindo para que nossa prisão perpétua seja transformada em pena de morte", escreveu Musumeci.


Segundo Fraser, Musumeci estudou e conseguiu chegar até o ensino superior, se formando em direito. O prisioneiro afirma que sua sentença transformou a luz em sombras.


A Itália aboliu a pena de morte depois da Segunda Guerra Mundial.

O presidente Giorgio Napolitano já afirmou várias vezes que o sistema de penas e condenações precisa ser reformado. Mas, em sua resposta à carta, ele disse que o Parlamento e o governo precisam analisar o pedido.


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