Com o dólar alto, batendo quase os R$ 5, muitos brasileiros descobriram que a América Latina também pode ser uma alternativa ao buscar um lugar para conhecer durante as férias ou mesmo durante um feriado prolongado.
Esse fenômeno fez com que Buenos Aires, na Argentina, famosa por suas semelhanças com as metrópoles europeias, e Lima, no Peru, pela história indígena do continente, se tornassem viagens recorrentes de brasileiros. Além dessas duas cidades, as belas praias de Cartagena, na Colômbia, ou as dunas nevadas de Santiago, no Chile, ganharam seu charme nos últimos anos.
Sem falar nos destinos caribenhos, que nunca deixaram de fazer a cabeça dos turistas, como as praias da República Dominicana e do México e os destinos mais aventureiros, como a trilha de dias para se chegar à Machu Picchu, também no Peru. No entanto, a América Latina possui alguns destinos ainda pouco explorados e que, no entanto, oferecem contextos históricos, culturais, lazer ou aventura.
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Montevidéu - Uruguai
Capital do Uruguai, Montevidéu tem menos de dois milhões de habitantes. A pequena cidade é, no entanto, destino certo para brasileiros que querem descobrir os efeitos da maconha. O país, que legalizou o uso recreativo da erva em 2013, tem recebido cada vez mais pessoas interessadas nesta experiência. Sites como o Weed News dão dicas de empresas e produtos para quem quer saber mais sobre, por exemplo, os produtos que usam canabidiol em suas fórmulas.
Montevidéu começou seu processo de fundação em 1723, pelas mão de Bruno Mauricio de Zabala, enviado pela coroa espanhola para fundar uma cidade portuária e expulsar aos portugueses, que tinham construído o Fuerte de Montevidéu sobre a baía.
Assim, as primeiras famílias que povoaram "San Felipe y Santiago de Montevideo” foram de origem espanhol, provenientes do grande centro colonial do Río de la Plata: Buenos Aires.
Mas, além do consumo liberado de maconha, Montevidéu guarda outros pontos históricos que valem a pena conhecer. O Palácio Salvo, por exemplo, possui 27 andares (95 metros de altura) e durante muito tempo foi o mais alto da América Latina. Construído em 1928, é um dos principais cartões-postais da cidade.
Outro local exuberante da capital uruguaia é o Teatro Sólis. Construído em 1856, o local possui arquitetura que remete aos teatros italianos e hoje é palco de grandes óperas e espetáculos de música e dança.
Baracoa – Cuba
A ilha caribenha recebeu cerca de 3,5 milhões de turistas estrangeiros em 2017, segundo o governo do país. No mesmo ano, o Brasil teve a presença de 6 milhões de visitantes do exterior. Esses dois números mostram como a cidade está em franca expansão na rota turística da América Latina.
A cidade a 1.000 km da capital Hava está localizada no extremo Oriente da ilha, na província de Guantánamo. Uma das cidades mais antigas das Américas, fundada em 1511 pelos espanhóis, e também a primeira cidade da ilha durante sua exploração, ela é hoje uma pequena comunidade de pescadores e agricultores que vivem nas cercanias.
Seu isolamento se deve principalmente à distância – cerca de 12 horas de carro saindo de Havana. A pequena cidade, porém, oferece hospedagens em casas de famílias cubanas e até um circuito gastronômico com pratos que vão de sushi ao churrasco americano.
Baracoa é famosa também por possuir um exemplar da cruz cristã que Cristóvão Colombo trouxe em uma das suas primeiras viagens ao continente, ainda em processo de descoberta.
Hoje, ela está fincada em uma das praias da cidade. Para além dos interessados na história, é na região que fica uma das praias mais bonitas do país: a Maguana, de águas claras, areia branca e rodeada de coqueiros gigantescos. Para quem quer fugir do burburinho de Havana, é uma ótima opção!
Sucre – Bolívia
Capital constitucional da Bolívia – ainda que todos considerem La Paz pelo fato de ser a sede do governo –, Sucre é uma das cidades mais interessantes do país. Em primeiro lugar, pela sua história paralela à da região: ali, viviam os índios charcas, um dos poucos que não se sujeitaram ao império dos incas.
Em segundo lugar, foi palco não apenas do início da exploração colonial no continente, como também de um dos primeiros gritos por independência, em 1809. É considerada a primeira cidade da hoje Bolívia.
Patrimônio Cultural da Humanidade na categoria Urbanismo e Arquitetura, Sucre é um dos principais locais de exploração de paleontólogos interessados em ossadas de dinossauros, com influência no acervo nos museus da região.
Um dos passeios que valem a pena é uma volta na impetuosa Catedral Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, de 1551, que mescla estilos arquitetônicos diversos, como o renascentista, o barroco, o neogótico e o neoclássico.
Coquimbo e La Serena – Chile
É comum que as cidades mais importantes do Chile fiquem perto umas das outras. É o caso, por exemplo, do balneário próximo a Santiago, que inclui as vizinhas Valparaíso e Viña del Mar. No caso de Coquimbo, a divisão é com o território de La Serena, ambos destinos importantes do Atacama.
Coquimbo e La Serena são lugares pouco explorados pelos turistas brasileiros, que ficam concentrados na capital Santiago ou nas regiões nevadas, especialmente no inverno. As duas são, na verdade, paradas obrigatórias para quem se direciona de Santiago às cidades turísticas do deserto – Calama e San Pedro de Atacama.
Em Coquimbo, o local mais indicado para conhecer é o conjunto de praias chamado La Herradura, com águas tranquilas e as belas vistas à disposição a partir dos dois mirantes que cercam o balneário. No beira-mar, uma extensa avenida acabou de ser inaugurada ligando a cidade com a região de La Serena, passando também pelo Fuerte Lambert, um edifício construído no século XIX durante a guerra do Chile e do Peru contra a Espanha.
La Serena, ao contrário, é um destino turístico consolidado. Segundo o governo chileno, foi uma das cidades mais visitadas do país nos últimos verões não apenas pelas praias, mas pela maior oferta de hotéis, restaurantes, vida noturna e pontos turísticos. Outra opção é o Centro Astronômico Alfa Aldea, que possibilita a observação das estrelas, já que a localização da cidade privilegia tal prática.