Questões urbanas básicas como a implantação de um transporte coletivo eficaz, que reduza o uso de veículos particulares e, como consequência, diminua a poluição ambiental; destino adequado para o lixo, incluindo tratamento, armazenagem e reciclagem; e políticas públicas que consigam reduzir a pobreza continuam sendo os
principais problemas para os países da América Latina.
É esta a conclusão dos relatos feitos nesta segunda-feira por representantes de 12 países latino-americanos, que participam do Fórum Regional da América Latina sobre Desenvolvimento Sustentável, que termina nesta terça em Curitiba.
O fórum é uma das cinco reuniões continentais de cidades, que irão subsidiar a Conferência RIO+10 sobre o Meio Ambiente, que a Organização das Nações Unidas (ONU) realiza entre 2 e 11 de setembro em Johannesburgo (África do Sul). Na Rio+10, países de todo o mundo farão um balanço da Agenda 21 - compromisso firmado pelos participantes da ECO 92 há 10 anos no Rio de Janeiro - para incentivar a adoção de medidas globais de conservação, preservação, recuperação do meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
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Enquanto muitos países da América Latina e Caribe ainda estão engatinhando em soluções ambientais, o diretor executivo da Agência das Nações Unidas para Pesquisa e Treinamento (Unitar), Marcel Boisarg, acredita que um dos obstáculos para se conseguir implementar ações de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável definidas na ECO 92 é a resistência de países ricos e industrializados.
''Os governos tinham que assumir um compromisso sério de reduzir o uso de produtos poluentes nas indústrias. Mas eles não fazem nada porque isso implica em muitos investimentos e sacrifícios financeiros'', afirmou, criticando a posição dos Estados Unidos, que até hoje não aceita cumprir o Protocolo de Kyoto.
Trata-se de um documento, batizado de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), assinado há cinco anos por quase todos os países do mundo, que cria um instrumento de compensação aos países não industrializados pela poluição da atmosfera produzida pelos países ricos. Por isso, ele acredita que a Conferência de Johannesburgo deva estabelecer um plano de ação, convocando os países ricos a contribuirem financeiramente com os países menos industrializados.
O encontro de Curitiba é o segundo já realizado em todo o mundo. O primeiro aconteceu em dezembro do ano passado em Durban (África do Sul). Também estão programados fóruns regionais em Shangai, em junho; Argélia, em maio; e Lyon, em julho. No Fórum de Curitiba participam representantes da Costa Rica, México, Equador, Paraguai, El Salvador, Argentina, Nicarágua, Cuba, Chile, Peru, República Dominicana e Brasil.