Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) iniciaram nesta terça-feira uma marcha na capital do Paraná como parte da jornada nacional de lutas, realizada durante essa semana em vários Estados. A jornada é parte dos protestos que cobram agilidade na reforma agrária.
Cerca de mil integrantes do movimento, vindos de várias regiões, foram até a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), onde permanecerão acampados por tempo indeterminado.
"Só sairemos daqui quando tivermos nossas reivindicações atendidas. Vamos cobrar o assentamento de 8 mil famílias acampadas no Estado, cestas básicas, infra-estrutura para os assentamentos, renegociação de dívidas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), assistência técnica para as famílias assentadas e liberação de recursos do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera)", disse José Damasceno da Coordenação Estadual do MST. Segundo ele, existe uma agenda de negociação com diversos órgãos, além do Incra, como Secretaria da Agricultura, Companhia Nacional do Abastecimento.
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O movimento denuncia que há um ano e meio 17 mil famílias assentadas do Paraná se encontram em completo estado de "abandono", sem assistência técnica e impedidos de acessar créditos agrícolas. Eles querem a criação de um programa para construção de agroindústrias e o fortalecimento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com uma política pública de segurança para produtos que estão em crise.
O superintendente do Incra no Paraná, Celso Lisboa de Lacerda disse que está aberto ao diálogo e a discutir a pauta de reivindicações mas adiantou que muitos itens não são de competência do órgão , como a liberação de cestas básicas. "Somos parceiros do Fome Zero e elaboramos uma listagenm com os possíveis beneficiados". Quanto a questão de infra-estrutura, só no ano passado o Governo Federal disponibilizou para estes assentamentos R$ 7,1 milhões e este ano os recursos serão ainda maiores, próximos de R$ 9 milhões".
De acordo com a direção nacional do MST, atualmente, cerca de 150 mil famílias do MST permanecem acampadas em todo país, vivendo em condições precárias. O movimento considera o assentamento desses trabalhadores como fundamental para resolver o problema da pobreza e da concentração de renda. No Paraná, o Incra tem como meta assentar 2 mil famílias até o mês de dezembro.
Na segunda-feira, integrantes do MST ocuparam superintendências do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em sete estados brasileiros: São Paulo, Minas Gerais, Maranhão, Santa Catarina, Alagoas, Ceará e Rio de Janeiro.
Segundo o site do movimento, "os protestos pretendem denunciar que a reforma agrária está parada em todo o país e que os trabalhadores e trabalhadoras rurais sofrem com o aumento da concentração de terras, com o avanço do agronegócio no Brasil". Segundo o MST, "Isso tende a se agravar com a expansão dos biocombustíveis."
Abr