As informações de que o Iraque havia tentado comprar urânio - material utilizado na fabricação de armas nucleares - no Níger e que serviram de justificativa para a guerra àquele país foram retiradas de um relatório de 1998, segundo o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Jack Straw.
Segundo a imprensa britânica, o relatório continha informações defasadas e plagiadas, e dados pesquisados na internet, embora o governo sustente que as provas são fruto do trabalho dos serviços de inteligência do país.
Straw reafirma, entretanto, que as informações são corretas. Isso apesar de o diretor da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), George Tenet, ter admitido que essa acusação contra o Iraque era falsa. Neste sábado, o presidente norte-americano, George W. Bush, deu o assunto por encerrado dizendo que confia em Tenet.
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''Nos mantemos o que dissemos'', afirmou uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido. ''Não vemos motivo para duvidar da veracidade dos dados da inteligência nos quais o relatório foi baseado.''
Bush havia usado a suposta tentativa de compra de urânio pelo Iraque no Níger em discurso no Congresso norte-americano, em 28 de janeiro, no qual apresentava os motivos que justificariam a guerra.
Straw divulgou comunicado dizendo que a CIA não estava segura sobre a hipótese da compra de urânio. ''O dossiê do governo britânico mencionava uma série de atividades para adquirir urânio e se referia a uma informação de 1998'', escreveu ele.
A carta foi enviada ao comitê do Congresso do Reino Unido que investiga a utilização de provas pouco confiáveis para sustentar a guerra ao Iraque.
Na sexta-feira, Tenet assumiu a responsabilidade pelas informações incorretas passadas a Bush.
Em carta enviada à Casa Branca na sexta-feira representantes democratas destacaram sua preocupação em relação aos ''perturbadores e sérios questionamentos sobre a credibilidade da informação que o governo apresentou ao Congresso e ao público americano sobre a natureza e alcance das armas de destruição em massa iraquianas''.
A carta foi escrita pelo representante de Massachusetts, Ed Markey, e firmada por outros 15 legisladores.